28 de jun. de 2010

RELIGARE


E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém. E mandou mensageiros diante da sua face; e, indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada. Mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém. E os discípulos Tiago e João, vendo isso, disseram: Senhor queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma como Elias também fez? Voltando-se, porém, repreendeu-os e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. Porque o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia. (Lc. 9:51-56)
Meditando em Lucas, me detive neste texto, pensando sobre a "rivalidade" dos samaritanos com os judeus e a atitude dos apóstolos Tiago e João. Fiquei meditando sobre verdadeiro significado de religião. Fui pesquisar estudar sobre o assunto.
A palavra grega traduzida por religião é threskeía. Esta palavra é definida como "a adoração de Deus”. Ela aparece poucas vezes no Novo Testamento.
O apóstolo Paulo usou-a para referir-se à religião falsa. At. 26:5 registra sua declaração de que, antes de tornar-se cristão, "vivi fariseu conforme a seita mais severa da nossa religião".
Em sua carta aos colossenses, ele alertou: "Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos" (Cl. 2:18) Essa adoração de anjos, comum na Frígia daqueles dias, era uma forma de religião falsa. Algumas traduções da Bíblia usam a palavra "adoração a anjos".
As outras ocorrências da palavra threskeía se dão na carta escrita pelo discípulo Tiago, membro da igreja do primeiro século. Ele escreveu: "Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã. A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo" (Tg. 1:26, 27).
Tiago mostra que a pessoa talvez se considere verdadeiramente religiosa, não obstante, a sua forma de adoração talvez seja fútil. A palavra grega aqui traduzida "fútil" significa também "ociosa, vazia, infrutífera, inútil, impotente, desprovida de verdade". Poderia ser assim no caso de alguém que afirmasse ser cristão, mas não refreasse a sua língua nem a usasse para glorificar a Deus e edificar outros cristãos. Estaria "enganando seu próprio coração", e não estaria praticando "a religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus". O que vale é o ponto de vista do Senhor.
Tiago não enumera todas as coisas que Deus exige com relação à adoração pura. Em consonância com o tema geral de sua carta, que é a fé provada por meio de obras e a necessidade de manter-se livre da amizade com o mundo de Satanás, Tiago realça apenas dois requisitos.
Um deles é "cuidar dos órfãos e das viúvas nas suas tribulações". Isto envolve o verdadeiro amor cristão. Deus sempre tem demonstrado preocupação amorosa pelos órfãos e pelas viúvas. Uma das primeiras medidas dos apóstolos da Igreja do primeiro século foi em favor de viúvas cristãs. (At. 6:1-6) O apóstolo Paulo deu instruções detalhadas a respeito de zelar amorosamente pelas viúvas idosas, necessitadas, que se haviam mostrado fiéis ao longo dos anos e que não tinham família que as ajudasse. (ITm. 5:3-16).
O segundo requisito para a religião verdadeira mencionado por Tiago é "guardar-se incontaminado do mundo". Jesus declarou: "Meu reino não é deste mundo"; coerentemente, seus seguidores verdadeiros não fariam "parte do mundo". (Jo. 18:36; 15:19)
Como a palavra grega Threskeia também é traduzida como adoração, podemos ver na declaração de Jesus em Jo. 4:24 o que é religião: "Deus é Espírito, e os que o adoram têm de adorá-lo com espírito e verdade."
A adoração pura é espiritual, baseada na fé. (Hb. 11:6) Esta fé, porém, tem de ser apoiada por obras. (Tg. 2:17)
A religião verdadeira adere às normas da Bíblia sobre moral e bons costumes (ICo. 6:9, 10; Ef. 5:3-5).
Seus praticantes empenham-se sinceramente em produzir os frutos do Espírito de Deus na sua vida familiar, no trabalho secular, na escola, e até mesmo na recreação.
Os cristãos verdadeiramente religiosos não devem jamais se esquecer do conselho do apóstolo Paulo: "Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus" (ICo. 10:31).
A religião cristã não é mero formalismo; é um modo de vida.
Muitos estudiosos ligam a palavra threskeia traduzida por "forma de adoração" ou "religião" com o verbo "servir". Curiosamente, o equivalente em hebraico, `avodháh, pode ser traduzido por "serviço" ou "adoração". Para os hebreus, adoração significava serviço. E é isto o que significa para os verdadeiros adoradores hoje.
Um sinal identificador muito importante e distintivo da religião verdadeira é que todos os que a praticam participam do serviço piedoso de testemunhar o Evangelho do Reino por palavras e obras.
A palavra religião também tem uma versão em latim. É o verbo latino religare que significa “ligar o homem a Deus”. Este é o objetivo da religião.
No primeiro texto da minha meditação, estava próximo o dia em que Jesus haveria de morrer e, posteriormente, ressuscitaria ao terceiro dia conforme a profecia. Porém, antes deste glorioso fato que nos abriu a porta da salvação, Jesus queria abrir a porta de nossas mentes e nos ensinar mais uma lição de como não deveria ser a igreja após a sua assunção.
Para chegar até Jerusalém, era necessário passar pelo caminho dos samaritanos. Samaria ficava entre a Galiléia e a Judéia. Jesus havia saído da Galiléia e iria à Judéia, para Jerusalém. Para dar início aos seus últimos ensinamentos antes de sua morte vicária, Jesus enviou mensageiros a uma aldeia samaritana a fim de lhes prepararem lugar para pousar. Fica evidente a vontade de Cristo em que seus discípulos anunciem a todas as pessoas que Ele está próximo e quer fazer morada em seus corações.
Esta é a missão que Jesus deixou para seus discípulos, ou seja, para sua igreja: apregoar o religare. Anunciar entre os homens que estão perdidos, desesperados, cansados, oprimidos e separados de Deus, que há uma esperança. A missão que Jesus nos deixou foi a de avisar às pessoas desta terra que o Emanuel está próximo de chegar e está muito interessado em entrar em suas casas, em suas vidas e oferecer um reencontro com Deus. Somente Jesus pode fazer isso.
Isto implica em retirar a mensagem da "instituição" religiosa e colocar a mensagem da cruz. Implica em cantar e pregar com o objetivo de apresentar a estrela da manhã e não as "estrelas" gospel que estão interessadas em vender suas musicas ou mensagens.
De um lado, os judeus desprezavam os samaritanos e, por outro, os samaritanos detestavam os judeus.
A luta, entre outras coisas, era puramente religiosa. Os samaritanos criam que o local de adoração a Deus seria no monte Gerizim. Por outro lado, os judeus defendiam que o local de adoração a Deus seria em Jerusalém, no templo.
Jesus deixou bem claro em Jo 4:1-30 que o local de adoração não é nem no monte, nem no templo. Ensinou que os verdadeiros adoradores de Deus o adoram em espírito e em verdade, onde quer que eles estejam.
Infelizmente esta diferença entre samaritanos e judeus fez com que Jesus fosse rejeitado!
Pior, fez com que os discípulos Tiago e João (Boanerges, filhos do trovão), como Mc. 3:17 cita por causa do seu temperamento explosivo, agissem negativamente. Eles não entenderam bem a lição que o mestre queria ensinar e destilaram do seu veneno contra os samaritanos
Como temos nos relacionado com as pessoas que são diferentes de nós? Este nosso relacionamento tem promovido o religare ou só tem função de julgar a outrem?
Ao desejarem fogo para os samaritanos, os discípulos de Jesus receberam uma repreensão do mestre e mais uma lição de vida: Os que condenam, os que matam os que ofendem os outros por qualquer motivo (no contexto, por rixas religiosas), não conhecem a Deus. Estão fora da visão, do objetivo, do religare.
Não é assim que a igreja “liga” o homem a Deus. Muitas igrejas, religiões, envolvidas em suas doutrinas e caprichos, perderam a noção do religare e não apresentaram um Deus que perdoa que muda a vida do homem e que, pela graça (favor imerecido), oferece salvação a todos que crêem em Jesus Cristo e não na igreja.
Esta é a lição que Jesus deixou naquela ocasião: a missão de Jesus em contraste com a soberba e o legalismo religioso. “Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.” (João 3:17).
Que possamos voltar a apregoar o religare, sem julgar as pessoas, sem condená-las, sem desejar que desça fogo em suas aldeias.
O religare é diferente. É a mensagem de amor, um amor ágape, isto é, que ama incondicionalmente. É uma mensagem sem preconceitos e sem defesa de opiniões próprias. A mensagem do religare vai além das tradições, vai além das doutrinas passageiras de homens, “vai além do véu”!
threskeía, `avodháh e religare, três palavras que se completam para definir o que é religião. Como as coisas estão diferentes hoje em dia.
O texto de Lucas reflexão finaliza dizendo que saíram daquele local e foram para outra aldeia.
Se alguém não aceitar a mensagem do religare, não julguemos, não desprezemos, simplesmente sigamos para outra aldeia.
Paz!

“POR ESTA CAUSA ME PONHO DE JOELHOS”



SEGUNDO TEMA: QUEBRA DE MALDIÇÕES

Sei que este é um assunto polêmico para muitos cristãos, mas não para mim. Sempre tive uma visão, que considero bíblica, sobre este assunto. Sei que existem livros sobre este assunto, além da Bíblia, mas não devem definir minha posição. Muitos livros existentes no mercado (já li alguns por força do ministério pastoral) são baseados na experiência do autor ou autora e acredito que "experiência" não pode suplantar a Palavra de Deus. Muitos servos de Deus "comungam" comigo sobre este assunto
O que a Bíblia ensina é suficiente para entender e combater as maldições.
Já faz muito tempo que o povo evangélico tem ouvido ensinamentos a respeito de maldições hereditárias e outros tipos. A Bíblia fala sobre maldições, mas a questão é que algumas pessoas querem nos convencer de que, mesmo sendo convertido, o indivíduo ainda continua amaldiçoado, precisando, portanto passar por uma "quebra de maldições".
Outros chegam ao extremo de afirmar que o cristão autêntico pode ser possuído por demônios. Tais ensinos não encontram fundamento nas Sagradas Escrituras.
O Novo Testamento é o padrão para a Igreja. Seus autores jamais tratam os cristãos como amaldiçoados ou endemoninhados, mas sim como justos santos e benditos de Deus (Cl. 1.2; Hb. 3.1; Mt. 25.34; At.3.26; Ef. 1.3; Gál. 3.9).
Não encontramos na Bíblia nenhum processo pós-conversão para quebra de maldições hereditárias. Os apóstolos não passaram por isso, nem os demais irmãos da Igreja Primitiva.
Toda maldição na vida do cristão foi desfeita na cruz do Calvário (Gl. 3.9-14) e isto se aplica no instante em que o indivíduo aceita Jesus como seu Senhor e Salvador.
A Bíblia não fala a respeito de nenhum outro momento ou método de se quebrarem maldições.
Há quem ensine que cada maldição deve ser quebrada de modo específico, sendo detectada e declarada pelo amaldiçoado. A Bíblia não ensina isso.
Quero usar três palavras para descobrir o significado de maldição.
A primeira delas é ALAH.
Este vocábulo encontrado no Antigo Testamento descreve uma maldição com origem na quebra da aliança com Deus.
Em Dt. 27 e 28, quando Deus realizou um pacto com o seu povo, adverte: “ninguém que, ouvindo as palavras desta maldição [ALAH], se abençoe no íntimo, dizendo: Terei paz, ainda que ande na perversidade do meu coração”; e, ainda diz mais: “O SENHOR o separará de todas as tribos de Israel para calamidade, segundo todas as maldições [ALAH] da aliança escrita neste livro da lei.”
Também no livro de Daniel, quando ele se refere aos castigos do descumprimento da lei, lemos: “Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se, para não obedecer à tua voz; por isso, a maldição [ALAH] e as imprecações que estão escritas na lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram sobre nós; porque temos pecado contra ti.”
Podemos dizer, então, mais uma vez que ALAH é a expressão bíblica usada para descrever a maldição advinda da quebra da nossa aliança com Deus.
A Segunda palavra é QALAL. Este termo no sentido básico de sua raiz quer dizer “diminuir”, “lidar desdenhosamente”, “ridicularizar”, “zombar”. Significa desejar a alguém uma posição inferior ou rebaixá-la de seu estado. O veículo que canalizará este tipo de maldição é a língua. Na antiguidade atribuía-se grande poder à palavra falada, e cria-se que zombar ou proferir uma sentença verbal negativa a qualquer pessoa podia realmente levantar ou provocar poderes destrutivos que iriam diminuir sua felicidade.
Os pagãos achavam que podiam manipular os deuses através de suas palavras. É devido a isso que vemos Golias amaldiçoando a Davi (1Sm 17:43) e Balaão sendo chamado para amaldiçoar Israel (Nm 22:6). O salmista diz também que os inimigos estão constantemente proferindo maldições (Sl 62:4; 109:28). QALAL foi ainda usada para expressar o desprezo que Hagar tinha por Sara (Gn 16:4-5). No entanto, é bom que se frise o que está escrito em Provérbios: “Como o pássaro que foge como a andorinha no seu vôo, assim, a maldição [QALAL] sem causa não cumpre.” (Pv. 26.2). Sendo assim, uma QALAL infundada não tem valor algum.
Em síntese, esta palavra sempre aparece associada à idéia tradicional de “lançar uma praga”, “proferir uma maldição”, “verbalizar algo ruim contra uma pessoa ou objeto”. Seus efeitos podem ser trágicos e duradouros, do ponto de vista espiritual se houver "causa" ou "brecha".
Em último lugar temos a palavra ‘ARAR. Esta palavra é usada pelas Escrituras para descrever uma pessoa debaixo da maldição.
Agora, na análise da raiz deste termo, a interpretação do hebraico Arar significa ‘prender (por encantamento), cercar com obstáculos, deixar sem forças para resistir’.”
Basta uma rápida olhada no significado de Arar e notaremos que é exatamente o contrário de Barak (ou seja, bênção). Enquanto barak libera o indivíduo para “prosperar”, uma Arar irá prendê-lo, cercá-lo, ou seja, nada irá de fato “andar”.
Bênção e maldição são princípios ativos que, por intermédio de forças espirituais (divinas ou diabólicas), poderão arruinar ou edificar as diversas áreas da vida humana. A obediência aos princípios divinos atrai a bênção, mas a desobediência pode ser fatal, subjugando a pessoa a uma maldição que poderá neutralizar muito os seus potenciais.
Uma coisa é importante: as duas maldições anteriormente analisadas, Alah e Qalal, tão somente representam aspectos descritivos, ou seja, predizem o que poderá acontecer, mas Arar é a maldição já acontecida, ou seja, concretizada. Arar é a condição a que se chegou depois que uma Qalal ou Alah foi movimentada contra alguém. Arar é o estado de amaldiçoado com todas as suas implicações.
O termo ‘ARAR aparece em diversas passagens bíblicas, sempre com esse mesmo sentido. Em Gn. 3:14, Deus disse à serpente: “maldita és entre todos os animais domésticos”; e no versículo 17: “maldita é a terra por tua causa”. No capítulo 4 de Gênesis Deus também diz a Caim, “maldito por sobre a terra” (v. 11).
Mas, repetindo, não basta que a maldição seja proferida. Para que se realize, ela precisa ter uma razão concreta. Se um pai amaldiçoar um filho, isso não se concretizará se o filho não for merecedor daquele mal, ou seja, se ele estiver inocente naquela situação.
A palavra maldição é usada indevidamente para designar uma série de males na vida das pessoas, inclusive de cristãos verdadeiros, fazendo-se uma confusão muito grande em torno da questão. Mágoas, traumas, resultados de escolhas pessoais, conseqüências de pecados, doenças hereditárias, a força do exemplo dos pais, provações, tribulações, dependência química, física ou psicológica, natureza pecaminosa e hábitos pecaminosos são confundidos com maldição. Em alguns casos, talvez isto seja até uma forma de se esquivar da responsabilidade que cada um tem sobre seus próprios erros. É mais cômodo colocar a culpa nos pais ou em outros antepassados.
Após a conversão, precisamos passar por algum processo? É claro que sim, mas não se trata de "quebra de maldições", senão de uma busca constante pelo conhecimento bíblico que nos proporcionará mudança de mente (Rm. 12.2), crescimento espiritual e intimidade com Deus. O ex-viciado precisará de um acompanhamento, e talvez de uma internação, para desintoxicação e isolamento em relação ao contato com a droga, mas isso nada tem a ver com maldição.
Se a divergência fosse apenas de ordem semântica, nada haveria de grave. Se chamarmos determinado problema de "trauma" ou de "maldição", talvez seja só uma questão do nome que se dá. Entretanto, quando alguém diz que o convertido está carregando maldições hereditárias, faz uma afirmação contrária à palavra de Deus. Onde fica o valor do que se lê em II Co. 5.17? "Se alguém está em Cristo, nova criatura é. As coisas velhas se passaram e eis que tudo se fez novo". Se isso não se aplicar a uma libertação espiritual, que aplicabilidade terá? O convertido passa a ser "herdeiro de Deus" e não um herdeiro de maldições (Rm. 8.17).
Para que se quebrem maldições, algumas pessoas querem que façamos uma retrospectiva a fim de confessarmos pecados cometidos antes da conversão. Contudo, a Bíblia não estabelece tal exigência para ninguém. Se isto fosse necessário, imagino que uma pessoa que se converte aos 80 anos de idade, precisaria passar alguns anos confessando pecados. E mesmo assim, não existe garantia de que teria se lembrado de todos. O ladrão que morreu ao lado de Cristo não confessou cada um de seus pecados, mas, ainda assim, foi purificado e salvo imediatamente. E mesmo que vivessem ainda muitos anos, não precisaria fazer tal confissão, pois isso nunca foi exigido de nenhum daqueles que se converteram no período do Novo Testamento. Se fizermos tal coisa, estaremos negando ou menosprezando a obra que Jesus fez em nós no momento em que nos entregamos a ele.
Se pecarmos depois de convertidos, vamos confessar cada pecado (I Jo. 2.9), mesmo porque não vamos esperar que os pecados se acumulem para fazermos uma confissão "no atacado".
Algumas pessoas, depois de passarem por processos de "quebra de maldição", verificam que os problemas identificados continuam. Ficam frustradas e desanimadas.
A causa está no falho diagnóstico e no remédio inadequado. Certas situações físicas, naturais, econômicas, sociais, etc, continuam inalteradas após a conversão, mas isso não significa maldição. Afinal, os novos convertidos continuam tendo uma história e elementos presentes que são resultados de suas escolhas passadas. Por exemplo, o pobre continua pobre. Isso não é maldição. Trata-se de uma condição social que pode ser mudada, mas não obrigatoriamente em virtude da conversão. O Novo Testamento fala sobre escravos que se converteram ao cristianismo. É claro que se tratava de uma situação inadequada e indesejável. Quem pudesse se libertar não deveria perder a oportunidade, mas a continuidade da escravidão não era tratada como maldição.
Depois de convertidos, será que podemos atrair novas maldições sobre nós? Claro!
Isso pode acontecer, caso nos desviemos do Evangelho, escolhendo uma vida de pecado, de desobediência aos mandamentos de Deus. Mas, ainda assim, não há que se falar em maldições hereditárias. Serão maldições pessoais e intransferíveis. Os apóstatas podem ficar possessos (I Sm. 16.14), mas não os cristãos fiéis e perseverantes no caminho do Senhor. Aquele que se desvia pode ter de volta o demônio que antes o dominava, acompanhado de outros sete piores do que ele (Mt. 12.45).
Todo convertido precisa se encher do conhecimento da Palavra de Deus. Assim, conhecerá e assumirá sua posição espiritual, deixando situações que, em virtude da ignorância, continuariam em sua vida, podendo vir a ser confundidas com maldições. Nessa linha de raciocínio incluímos os traumas, mágoas, etc. O perdão é um remédio eficaz para as feridas da alma, que não devem ser confundidas com maldições.
A vida cristã não nos oferece imunidade contra o sofrimento. Podemos ser acometidos por provações, tribulações e até aflições (Jo 16.33).
A bênção e a maldição não podem estar sobre a mesma pessoa ao mesmo tempo.
Os filhos de Deus não são malditos nem podem ser. Somos bem-aventurados porque Jesus nos salvou e nos libertou. Não temos demônios nem podemos tê-los, porque somos o templo do Espírito Santo que habita em nós (I Co. 3.16; I Jo 5.18).
Precisamos dobrar nossos joelhos para humilhar-nos diante do Pai, reparando, fechando todas as “brechas” para maldições.

CAMPANHA “LARES TRANSFORMADOS”


PRIMEIRA MENSAGEM
O INIMIGO NÚMERO UM DA FAMÍLA

Será que estamos cientes que o mundo no qual vivemos está em constante mudança?
Já percebemos que o mundo que temos era diferente daquele que tínhamos há alguns anos atrás?
Em que precisamos adaptar a nossa comunicação do evangelho para atingir os pós-modernos?
Temos respostas para algumas dessas tendências na sociedade e em nossas igrejas?
Se não conseguirmos discernir os tempos nos quais estamos vivendo e dar respostas que nos ajudem a viver dentro desse mundo sem ser do mundo, em breve o mundo não somente estará na igreja, mas a igreja vai ser o próprio mundo.
Essa nova época exige reflexão do povo de Deus para que possa continuar a sua missão de continuar a expansão do Reino.
Que Deus nos ajude na reflexão sobre esses pontos e que busquemos soluções para os nossos dias.
A Bíblia Sagrada orienta-nos sobre a responsabilidade de se manter alerta às muitas armadilhas que o inimigo de nossas vidas prepara a cada momento. O apóstolo Pedro escreveu:
Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge, procurando alguém para devorar" (1 Pe 5.8).
Sabemos que o arrebatamento da igreja está próximo e o inimigo também sabe:
"Aí da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta" (Ap 12.12).
A quem o inimigo direciona sua ira? Podemos observar que seu principal alvo é a família, pois, a família é a “célula mãe da Sociedade”.
A Bíblia revela através do Apostolo João que “ele foi homicida desde o princípio” (Jo 8:44). Destruindo a família, ele basicamente cumpre sua missão declarada também por Jo. 10:10: “ele vem para roubar, matar e destruir”.
Com certeza a família é o seu principal alvo, nunca se ouviu falar tanto em tragédias no seio da família: Homicídios, Suicídios, Adultérios, Violências, e muitos fatos que podem ser comparados aos mais terríveis atos de terrorismo.
Os novos conceitos da pós-modernidade colocados diariamente sobre assuntos tão delicados que afrontam os princípios bíblicos fazem parte das artimanhas do inimigo para destruir a família.
1 – Ausência de absolutos. Até a Idade Média, basicamente Deus era o centro de tudo. As artes, a ciência, tudo se voltava para Deus. Com o passar do tempo, no entanto, Deus foi tirado desse pedestal.
Os absolutos que existiam estavam basicamente associados com a crença em Deus que temos descrita na Bíblia. Quando Deus e a Bíblia foram abandonados, caímos no vazio. Hoje vivemos dentro de um pluralismo de idéias e de religiões. Cada religião, cada idéia é tão boa quanto a outra. Tudo é relativo. Por isso ninguém pode julgar a opinião de outro como certa ou errada. Um Deus transcendente não existe. O que existe são manifestações humanas na busca por um algo mais. Sem a presença de alguém transcendente superior para dar orientação para as pessoas, tudo se tornou relativo. Não existe mais verdade, tudo é questão de interpretação. Sem pontos firmes onde podemos nos apoiar a vida beira o caos. Isso gera uma insegurança muito grande.
2 – Vida sem sentido e sem identidade. Quando as pessoas criam em Deus elas tinham alguns padrões que orientavam a sua vida. Hoje as pessoas não sabem para que vivem, nem se vale a pena viver. Quando chegarem ao final de sua vida não saberão avaliar se valeu a pena viver. Não há um objetivo na vida comum que consiga manter as pessoas focalizadas. Mesmo o materialismo e o sexo não são suficientes para satisfazer as pessoas. Existe um vácuo dentro das pessoas que não tem sido preenchido com as coisas materiais.
3 – Confusão entre o real e o imaginário. Antes do vídeo as pessoas se comunicavam pessoalmente basicamente através de palavras e gestos. Com o vídeo criou-se uma confusão entre realidade e imaginação. A imagem pode contradizer as palavras. Antigamente as guerras aconteciam longe de nós. Hoje elas estão dentro de casa, bonitas e maravilhosas. Os nossos heróis eram históricos (Tiradentes), hoje são imaginários (aqueles que estão mais tempo na mídia fazendo sucesso – pessoas comum corpo bonito e não muito mais do que isso). Ficamos com pena dos atores de plástico que morrem nas águas geladas no filme Titanic. Sabemos que é tudo ilusão, mas mesmo assim sonhamos com aquelas cenas como se fossem reais.
Deus nos criou para vermos não com os olhos, mas com a consciência.
Hoje vemos as coisas com os olhos, mas sem a consciência. Não temos mais um filtro que impede que algumas coisas entrem em nossa mente. O produto é empacotado de forma tão bela que compramos a embalagem sem saber o conteúdo. O vídeo pensa por nós e estimula a passividade. A linha entre o real e o imaginário fica muito nebulosa – perdemos o senso do que é real e imaginário. Com isso vivemos num mundo mais imaginário do que real.
“Vivemos numa cultura que ouve com os olhos e pensa com os seus sentimentos”.
4 – Privatização da religião. Ocorreu uma separação entre a esfera pública e a esfera privada das nossas vidas. O que acontece na esfera privada é algo totalmente meu onde ninguém tem o direito de questionar ou opinar. Cada um escolhe a sua religião e a forma de cultuar que precisa ser respeitada por todos, desde que não afete os outros. A minha fé é algo entre eu e Deus. Ninguém tem nada a dizer sobre isso. Ninguém deve julgar o próximo.
Se fico com alguém ou tenho aventuras sexuais e isso não afeta ninguém da igreja, está tudo bem. O certo/errado é uma questão particular de cada pessoa. Você pode até falar de sua religião, mas se quiser converter alguém isso já é uma agressão.
5 – Pragmatismo. Na falta de parâmetros para analisar o que é certo e o que é errado passou-se a dar crédito para o que funciona. Se funciona está certo. Interessa pouco o que a Bíblia diz para mim ou para você – interessa se funciona. Se alguém prega ou ensina algo que contradiz a Bíblia isso não é tão importante. O importante é se eu me senti abençoado. Um gol de mão é válido desde que isso traga resultados bons para mim. Os fins justificam os meios. Qualquer coisa que dá resultado, está certo. Corremos atrás da fórmula mágica para transformar a nossa vida em um piscar de olhos sem que haja muita dor nem investimento.
Queremos um modelo de igreja que dê resultados imediatos sem avaliar se a proposta é bíblica.
6 – Hedonismo (viver para o prazer). Temos que ser o melhor e Ter o melhor. Não há mais regras de bom senso que nos limitam. Precisamos ser mais que os outros, somente o melhor interessa. Na busca por ser o melhor estamos dispostos a qualquer preço. Estamos dispostos a correr riscos de vida para Ter o nosso nome no livro do Guinness. O maior deus desse século passou a ser a emoção (não é de estranhar que há tantos viciados). Tudo que der emoção é bom. Vivemos num mundo que não faz sentido para nós. Já que não faz sentido, não sabemos de onde viemos nem para onde vamos, vivemos o hoje com muita intensidade (emoção). Quando a emoção se torna um fim em si mesmo, vamos tentar tudo para chegar ao máximo dela. Nessas tentativas muitas vezes nos frustramos porque precisamos tentar coisas novas para as quais não podemos prever os resultados. Vivemos com expectativas muito altas e isso nos leva à frustração. A mídia promete muitas coisas que não pode cumprir e as nossas expectativas são baseadas na propaganda que vemos. A emoção de hoje precisa ser maior que a de ontem. Isso é caminho certo para a frustração.
Compara-se a vida que temos hoje com estar sobre uma jamanta instável ao invés de estar num automóvel bem controlado e dirigido. O passeio é muito interessante e recompensador. É um veículo de muita potência que traz muita emoção, mas às vezes perde a direção de forma imprevisível e incontrolável. Ela acaba esmagando os tripulantes e os que estiverem no caminho.
7 – Imediatismo. A emoção passou a ser o nosso alvo supremo e ela não pode esperar. Somente a expectativa da emoção já nos causa uma certa aflição. Precisamos de tudo já.
Queremos sentir e precisa ser agora. Não há mais como falar em vida eterna, nem inferno – está tudo muito longe. A vida cristã precisa ser de vitórias constantes imediatas.
Queremos orar e obter resultados imediatos. Não vemos que a oração tem muito a ver com nos colocar em sintonia com Deus e buscar o que ele quer de nós. Queremos decretar as coisas e vê-Ias acontecer diante de nós. Queremos a cura do câncer sem a quimioterapia. Queremos Ter maturidade espiritual sem passar por momentos difíceis na vida. Queremos reconhecer a voz de Deus sem estudar a Bíblia. Queremos o máximo agora mesmo com o mínimo investimento possível.
Nunca foi tão fácil divorciar-se. Quando um casal entra em crise o primeiro conselho que se ouve na maioria dos casos é; “se não dar certo separa”, poucos são os conselhos para que o casal permaneça juntos e muitos antes mesmo de casar usam a expressão “vamos ver no que vai dar”.
Vários interesses para quem deseja se casar esta acima do amor. Observe as formas erradas porque um grande numero de pessoas estão se casando: interesse material, liberdade sexual, pressões familiares, circunstancias oportunistas, “salvar a honra”, gravidez prematura, influência de maus conselheiros e até de “falsos profetas
O Amor não está em primeiro plano em muitos lares. Teorias baratas da pós-modernidade tenta apagar a beleza de uma família regida pelo mais belo dom: O AMOR.
A Grande arma para vencer as artimanhas do inimigo, por mais astuto que seja, com certeza é o Amor. O Amor é mais que um sentimento, motivação interna, ou uma expressão de afeto e de carinho. A Bíblia o descreve como uma forma de conduta característica de Cristo: Paciência, Bondade, Justiça Misericórdia, Perdão, Veracidade, Santidade e Compreensão.
Nenhum conceito pós-moderno é maior do que os princípios que Deus nos revelou através de Sua Palavra e o nosso arqui-inimigo não vai triunfar!

22 de jun. de 2010

SACUDINDO O PÓ


Em Lc. 9: 5 leio uma orientação de Jesus para seus discípulos quando estes fossem rejeitados por um determinado povo ou cidade. A orientação era para "sacudirem o pó das suas sandálias" em sinal de protesto contra aquela gente.

O pó gruda nos pés e é carregado para outra localidade.

Me lembro do costume de "lavar os pés", onde a poeira era tirada todas as vezes que a pessoa entrava numa casa onde lhe era oferecido esta opção.

Assim como a poeira, a rejeição ou qualquer coisa negativa pode "grudar" em mim. Preciso tomar cuidado de me "limpar" desta "poeira" negativa que pode me atrapalhar ou influenciar interiormente. Toda vez que eu entrar em casa, devo me lavar, principalmente quando entro na "casa do Pai". Melhor, sempre que me coloco "diante do Pai", isso em todo tempo e lugar, devo permitir que Ele me limpe. Lembro do "Homem que virou sabão".

Magoas, frustrações, enganos, tentações, decepções e rejeições não devem me influenciar.

Lembro de I Tss. 5: 16-18: "Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar e em tudo dai graças porque esta é a vontade de Deus para os que estão em Cristo Jesus".

Se a minha reação for influenciada por estes versos a "sujeira" que gruda em mim vai sair.

Jesus ensina a seus discípulos para não se deixarem influenciar pelos insucessos no trabalho missionário e continuarem em frente na tarefa de evangelismo. Nem todos aceitam a mensagem de salvação. Sempre tem aqueles que vão rejeitar e atacar o evangelho do reino e seus servos.

Jesus diz para seus discípulos "saírem logo" da cidade.

Devo "sair logo" das cidades que podem causar, em mim, ressentimento, auto-piedade, tristeza, ira e ódio.

Paz


19 de jun. de 2010

PORQUE OS JOELHOS SE DOBRAM?


CAMPANHA: POR ESTA CAUSA ME PONHO DE JOELHOS
PRIMEIRA MENSAGEM:

“A morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”.
Essa reflexão de John Donne, poeta inglês do século XVI, na verdade um belo verso de suas Meditações XVII que Ernest Hemingway deu destaque em seu livro Por Quem os Sinos Dobram, me levou a criar o título desta mensagem.
1 Tss. 5:17Orai sem cessar”.
Oração é a "elevação" da alma a Deus. É uma conversa entre o cristão e Jesus Cristo.
Primeiro, precisamos entender que oração é um mandamento de Cristo.
Jesus Cristo nos exortou a vigiar e orar, (Mc. 14:38) “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”. Ensinou-nos também onde orar, (Mt. 6:6) “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará”. Além do quarto, (aposento) apontou outro lugar, (Lc. 19:46) “Dizendo-lhes: Está escrito: A minha casa é casa de oração; mas vós fizestes dela covil de salteadores”.

A Bíblia ensina que devemos orar em todo tempo, em todas as posições.
Orar em pé:
Deus ouve a oração em pé, (Lc. 18:13) “O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!" E Deus ouviu e atendeu sua oração.
Orar deitado:
Até deitado e virado para a parede podemos orar que Deus ouve, (Is. 38:2) “Então, virou Ezequias o rosto para a parede e orou ao SENHOR”. E o Senhor respondeu sua oração imediatamente. (Is. 38:5) “Vai e dize a Ezequias: Assim diz o SENHOR, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que acrescentarei aos teus dias quinze anos”.
Orar de Joelhos, prostrado:
(1 Rs 8:54) “Sucedeu, pois, que, acabando Salomão de fazer ao SENHOR esta oração e esta súplica, estando de joelhos e com as mãos estendidas para os céus, se levantou de diante do altar do SENHOR”. (Ed. 9:5) “E, perto do sacrifício da tarde, me levantei da minha aflição, havendo já rasgado a minha veste e o meu manto, e me pus de joelhos, e estendi as minhas mãos para o SENHOR, meu Deus”. (Dn. l 6:10) “Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa (ora, havia no seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também antes costumava fazer”. (Lc. 22:41) “E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava”. (Mc. 1:40) diz: “E aproximou-se dele um leproso, que, rogando-lhe e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me”. (At. 7:60) “E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu”. (At 9:40) “Mas Pedro, fazendo-as sair a todas, pôs-se de joelhos e orou; e, voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos e, vendo a Pedro, assentou-se”. (At.20:36) “E, havendo dito isto, pôs-se de joelhos e orou com todos eles”.
Me prostro (com a boca no pó) quando estou numa luta que, embora esteja diante de Deus, não vejo saída. Bom, a saída é Deus!
Em Lm. 3:29 encontro uma recomendação para por a boca no pó: “Ponha a boca no pó; talvez assim haja esperança”.
Quando estamos orando estamos falando com Deus, fortalecendo a nossa fé para vencer as investidas de Satanás. Através da oração e fé alcançaram vitórias (Hb.11:33) “Os quais, pela fé, venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões”. Venceram pela fé porque viviam em oração. Temos em Ana um exemplo; (Lc.2:36 e 37) “E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade, e era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia”.
Apesar das imperfeições, Deus usou e usa pessoas, assim como eu e você.




  • Livinsgtone talvez tivesse sido o maior na oração. Ele morreu de joelhos.


  • John Wesley era um líder rígido, inflexível, mas lutou e venceu a batalha espiritual na Escócia de joelhos. Foram as suas orações, mais seus sermões ou atos, que salvaram a Escócia. O ministério de Wesley é considerado por alguns historiadores seculares como tendo transformado de tal forma a Inglaterra que o país foi poupado de uma repetição da sangrenta Revolução Francesa. John Wesley cometeu erros, mas era um homem de coração. Ele disse: “Deus não fez nada senão em resposta à oração”. Foi dito a respeito dele: “Wesley achava que a oração era a sua maior tarefa e o vi sair de seu quarto com uma serenidade de expressão praticamente radiosa.” Wesley passava duas horas por dia em oração.


  • O severo Martinho Lutero era também intensamente humano. Sendo, todavia um homem de oração. Ele escreveu, “Penso que a minha oração é maior do que o próprio diabo”; se não fosse assim, Lutero não teria sido tão bem sucedido durante tanto tempo. Ele disse: “Se eu negligenciar oração um único dia, perderei muito do ardor da minha fé.” As pessoas falavam de Lutero como “o homem que consegue tudo o que quer de Deus”.

O grande problema dos cristãos hoje é que eles estão sempre muito ocupados. Eles têm tempo para tudo, menos para oração. Muitos marcham para Jesus como um “passeio” e não como uma “guerra espiritual”.
Deus nos chama para um novo passo na oração. Precisamos começar um "novo andar" com Deus. Vamos para Ef. 3:14Por esta causa me ponho de joelhos”.
Neste texto vemos um poderoso clímax na mensagem do apóstolo àquela comunidade cristã. Mediante todas as grandezas descritas pelo apóstolo nos versos anteriores, ele parece sentir-se impulsionado, contristado a render graças ao Senhor e clamar de uma forma mais íntima e pessoal possível, e esta experiência ele descreve: "Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra" (Ef 3.14,15). Nós vemos a preciosidade da experiência de Paulo ao desfrutar da revelações da doutrina cristã (v. 6), onde ele compreendeu verdades fundamentais, o fato de sermos vivificados em Cristo, o eterno propósito de Deus de salvar o homem, tanto judeus como gentios e manifestar o mistério da igreja.
A ação de Paulo de se por de joelhos indica o quanto ele compreendia a grandeza destas revelações e a forma como ele entendia que Deus daria cabo de todos os seus propósitos sobre a humanidade.
A oração de Paulo vem com propósito definido: " Para que, segundo a riqueza de sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o Espírito, no homem interior" (Ef 3.16).
O homem espiritual, pelo poder do Espírito, é fortalecido no seu interior com este "dunamis" para viver para Cristo e para seu serviço, pois este é o objetivo do poder prometido por Deus (At 1.8). Há expressão mediante o Espírito, remonta a realidade de sermos nós, cristãos, morada do Espírito e seu templo (1 Co 3.16). Por esta habitação, temos acesso ao próprio Deus que habita em nós. É como imaginar uma fonte inesgotável que está ao nosso alcance, dentro de nós, para nos manter constantemente vivificados. E isto atinge o âmago do nosso ser, o homem interior, nosso espírito, o ponto de habitação do Espírito na vida do cristão, e assim atingirá todas as áreas da vida humana: Corpo, alma e espírito.
Esses são os pontos tocados pelo dunamis para produzirem em nós uma vida de plenitude. Essa aplicação do poder tem um propósito definido na vida de cada cristão: "E assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus" (Ef 3.17-19).
Toda a operação do Espírito em nosso interior visa nos preparar para que Cristo habite em nosso coração pela fé. Devemos nos esforçar para ter cada dia mais de Deus, até o máximo que nós pudermos agüentar.
Como podemos crer nisso e buscarmos, sendo nós tão falhos? Temos a receita aqui neste mesmo trecho: "Ora, aquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme seu poder que opera em nós, a Ele a glória, na Igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre, Amém". (Ef 3.20,21).
Deus é poderoso para fazer pela Igreja além do que ela necessita, pois Seu poder é infinito, e tudo o que faz é conforme seu poder em opera em nós, por isso devemos orar em todo tempo, andando, assentados, em pé, deitado, ajoelhados. Devemos clamar, suplicar, interceder, viver em oração. (1 Tm.2:8) “Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda”.
Vamos nos colocar de joelhos!


Paz!

17 de jun. de 2010

TRABALHO COMPLETO


O registro da libertação do endemoninhado gadareno ou geraseno é registrado nos 3 evangelhos sinóticos. Em Lucas e Marcos lemos que era um só endemoninhado enquanto que Mateus declara que eram dois. Não é uma contradição e sim uma simplificação dos dois evangelistas citados primeiro. O foco não era a quantidade dos libertos mas a libertação em si e suas implicações.
No verso 27 de Lucas 8 lemos: "Logo que saltou em terra, saiu-lhe ao encontro um homem da cidade, possesso de demônios, que havia muito tempo não vestia roupa, nem morava em casa, mas no sepulcro".
Meditando neste texto, encontro uma vida destruída completamente:
Na auto-estima (andar despido).
Nos relacionamentos familiares (não vivendo em casa).
No relacionamento com a sociedade, inter-pessoais (vivia no cemitério).
Ainda que muitos focam a legião dos demônios, os porcos e a reação do povo daquela terra ante o acontecido, preciso focar a vida daquele homem ou homens, sua tranformação total.
O muito tempo que encontro no verso 27 mostra a tragédia pessoal, familiar e social que foi desfeita pelo Mestre Amado.
Como declarou o Pr. Altair Germano:
Sem nome, sem uma origem familiar definida, o endemoninhado gadareno é um exemplo claro da grande misericórdia de Deus, que promove libertação, restauração e salvação.
Assim como qualquer um, supomos que o gadareno nasceu e cresceu numa família, em condições normais, onde na medida do possível recebeu o melhor de seus pais.
Por razões que desconhecemos, se já casado e com filhos ou não, em algum momento da sua vida, espíritos imundos invadiram, se apropriaram, subjugaram, dominaram, escravizaram, controlaram, aprisionaram a sua mente e o seu corpo, fazendo com que perdesse a capacidade, cognitiva, emotiva, sensitiva, perceptiva e psicomotora.
Aquele homem, debaixo do jugo de poderosas forças demoníacas, não conseguia viver mais em sociedade, visto o poder destrutivo e a grande agressividade com que aterrorizava seus familiares, parentes, amigos e a comunidade como um todo.
Como solução para o problema aparentemente insolúvel, tentaram lhe prender com grilhões e correntes de ferro, que por ele eram quebrados e despedaçados.
De calamidade em calamidade, de miséria em miséria, de desgraça em desgraça, o homem acabou por viver entre os sepulcros e nos montes, andando e clamando, de noite e de dia, sem destino, sem sentido, sem querer, sem saber, sem pensar, sem sentir, sem chorar, sem sorrir, sem viver. É verdade que não podemos espiritualizar todas as tragicidades da vida, mas, é verdade também, que não podemos apenas racionalizá-las. Aqui, temos um caso clássico de forças espirituais trabalhando para a plena destruição de um indivíduo.
O tempo, se pouco ou muito, se passou. Num certo final de tarde, numa região geograficamente oposta, na outra margem do Mar da Galiléia, Jesus, de forma súbita, manifesta aos seus discípulos o desejo de ir à terra do gerasenos (gadarenos). Após despedir a multidão, os discípulos o levaram ao barco, e partiram seguidos por outras embarcações.
Após enfrentar uma grande tempestade, vencida pelo poder da palavra daquele que criou os céus e a terra, controlador e dominador das forças da natureza, os navegantes alcançam o seu destino. Jesus chega na terra dos gerasenos (gadarenos), na região de Decápolis.
Após desembarcar, algo de surpreendente acontece. Dos sepulcros, ou das montanhas, sob o controle dos demônios, aquele corpo começa a caminhar em direção ao local onde Jesus estava. É preciso lembrar, que todas as intenções e ações do homem gadareno estavam à mercê daqueles espíritos imundos que o possuíam.
O mais espantoso ainda aconteceria. Jesus, no qual habita toda a plenitude de Deus, com o seu poder, de alguma forma, fez com que não apenas os demônios, através do corpo do gadareno fossem ao seu encontro, mas, diz a Bíblia, que ao avistar Jesus de longe, correu e o adorou. Sim, os demônios não tiveram alternativa alguma, a não ser, reconhecer a grandeza, o poder e a autoridade de Jesus, prostrando-se aos seus pés.
- Sai dele Espírito Imundo! Exclamou o Senhor, movido por compaixão. Mesmo impondo alguma resistência, os demônios, que se revelaram como “Legião”, visto que eram muitos, obedeceram a sua ordem.
No verso 15 algo de magnífico aconteceu. A auto-estima do homem foi restaurada. Imediatamente, o gadareno retomou a consciência, a cognição, a emoção, os sentidos, a percepção, o controle psicomotor, o “perfeito” juízo. Sentiu o vento tocar-lhe a pele, o cheiro de mar e de terra. Contemplou o azul do céu, o verde das árvores, o colorido das flores. Foi vestido, sentou-se. Passou não apenas a perceber as coisas, mas, acima de tudo, a ter uma percepção de vida, um paradigma, uma cosmovisão, como jamais tivera. Passou a ver e a compreender o sentido de sua existência com as lentes do Espírito, e com a mente de Cristo. Surpreendeu-se com o olhar de ternura, com o semblante meigo, com os cuidados e com a atenção que lhe devotou um homem que jamais havia conhecido.
Jesus o amou. Movido por este amor, empreendeu esforços e sacrifício, indo ao encontro do gadareno, transformando radicalmente a sua realidade, o seu estado, intervindo em sua história, restaurando-lhe a dignidade, a respeitabilidade, a sociabilidade e a felicidade.

No verso 19, o relacionamento familiar restaurado e no verso 20 os relacionamentos inter-pessoais restaurados. Volta para a família. Ele voltou. E não se contentando, saiu a anunciar na região a grande libertação e o grande libertador.
Paz!






OTB


Lendo Lc. 8, encontro a Parábola do Semeador e duas pequenas parábolas: A da luz e a do modo correto de ouvir.

Como a essência deste trecho do capítulo é a importância de "receber" a Palavra da maneira certa, bem ilustrada pela primeira parábola (Semeador), vejo as várias formas de "ouvir" a Palavra de Deus.

Ouvir como "beira do caminho", como "solo pedregoso", como "solo espinhoso" e como "terra boa".

O próprio Jesus dá a interpretação, deixando claro o significado destes "tipos" de solo.

Mas algo que, na minha meditação, me falou muito é que, numa pessoa só, estes vários "tipos" de solo podem ser encontrados.

Eu posso, em alguns momentos se um OBC (ouvinte beira do caminho). Por desobediência, posso abrir brechas para o diabo me influenciar e me atacar "roubando" aquilo que a Palavra me deu.

Posso também, ser um OSP (ouvinte solo pedregoso). Não "prestar atenção" na Palavra nem no Deus da Palavra, sendo superficial em minhas meditações. Não ouvindo o Espírito Santo quando Ele fala, me metendo em enrascadas, não tendo discernimento.

Até mesmo um OSE (ouvinte solo espinhento) posso ser, andando ansioso, preocupado, desejosos do que "eu" quero e não do que Ele quer. Quando as necessidades ou as facilidades me influenciam muito, corro perigo. Tanto a bonança quanto a carência podem ser "espinhos" sufocando a fé. Quando ouço o que "quero" e não o que o Pai quer, corro perigo, assim como quando penso, faço o que quero.

Devo ser OTB (ouvinte terra boa). Uma pessoa boa, gente fina, cara legal. Não para as pessoas, tentando agradar a todos, mas para agradar a Deus, valorizando a fé, propagando a Palavra, frutificando (ganhando almas), pois para isso é que a semente é plantada.


No verso 18, Jesus nos alerta sobre "como ouvimos". O como é tão importante quanto o quê ouço.

Tenho um "filtro de linha" em meus ouvidos espirituais que podem distorcer o que Deus esta falando ou reter "palavras" enganosas, prejudiciais.

Este "filtro" precisa estar em perfeito funcionamento retendo o que é ruim, e deixando passar o que é bom.

Paz!

16 de jun. de 2010

VERDADEIRA CONVERSÃO


Em Lc. 7: 36 - 50 temos registrado uma acontecimento revelador sobre "sinais" de uma conversão genuína.

O texto nos conta a história de um jantar onde Jesus é um dos convidados. A casa era de Simão, um fariseu que não demonstra respeito, amor nem reconhecimento da importância de ter Jesus em sua casa.

Após a sua reprovação quanto a aceitação de Jesus dos atos praticados pela mulher pecadora, os três "poréns" do Mestre amado mostram a verdadeira conversão:

Lavar os pés: Costume da época, sinal de boas vindas, abrir a porta, poder sentar, fique a vontade, tome um cafézinho, não tenha pressa, fique quanto quiser.

De Simão, Jesus não teve este "sinal".

Beijo no rosto: Sinal de afeto, costume dos povos do oriente, você é importante, precioso, amado, valioso, querido.

De Simão, Jesus não teve este "sinal".

Unção com óleo: Escolhido, separado, ungido para uma missão. Consagrado, valorizado como o Messias amado.

De Simão, farizeu, "zeloso" pela Palavra, conhecedor da lei divina, Jesus não teve este "sinal".

Meditando em tudo isso e vendo o procedimento da mulher descubro que:

Lavar os pés - Abrir o coração para Jesus, seja bem vindo, pode entrar, meu coração é teu!

Beijar - Eu te amo, és meu Senhor querido, objeto de minha devoção!

Ungir - És meu substituto, Ungido de Deus, meu Salvador e Senhor.

Foi por isso que Jesus disse, no último verso: A sua fé salvou você. Vá em paz".

Hoje, vendo muitos convidarem Jesus para suas "casas coração", identifico o mesmo comportamento negativo de Simão:

Não convidam Jesus por ele, mas pelo que ele pode dar.

Não amam (obedecem) ao Mestre Querido. Apenas estão interessados no céu.

Não o separam como um grande tesouro, nem se separam pela santificação.



13 de jun. de 2010

CONFUSÃO


Uma meditação não é um compêndio teológico. Não tenho e nem posso ter a presunção de passar, nestas meditações, uma "profundidade" teológica onde o "novo" é revelado. Elas são apenas minhas impressões do texto que estou lendo aplicado ao momento que estou passando. É como a comida de hoje para hoje. Amanhã como outra vez!

Meditando no texto de Lc. 7 18-23 vejo uma verdade reveladora: Mesmo um "herói" na fé, tem seus momentos de dúvida e incerteza.

João Batista, primo segundo de Jesus, aquele que não se achou digno de batizá-lo pois sabia que ele era, estava enviando dois de seus discípulos para perguntarem a Jesus se ele era o Messias ou seria outro?

João Batista, a "voz que clama no deserto" estava em dúvida sobre a identidade de Jesus?

Ele estava apenas usando de uma estratégia para enviar os seus discípulos para Jesus porque a sua "hora" estava chegando, e queria que eles vissem com seus olhos e ouvissem com seus ouvidos da "fonte" de vida? Ou ele estava abalado com as circunstãncias adversas que enfrentava?

No verso 23, Jesus declara que "Felizes são as pessoas que não duvidam de mim".

Diante deste versículo, minha interpretação fica com a a segunda posição: João estava abalado pelas lutas que passava.

Bom, tenho visto muitas pessoas "repensarem" sua fé devido as circunstãncia. Mesmo eu já "balancei" várias vezes diante dos problemas.

Será que estou na direção certa?

Será que a minha fé é verdadeira?

Será que Jesus está comigo?

Será que Ele me ouve?

Será que esta igreja é a certa?

Será que Deus está falando através daquele "cara" lá no púlpito?

Será que Deus está comigo nesta luta?

Ei Deus, cadê você? Olha pra mim eu canto, me escuta eu grito, me ajuda "escorre" pelo meu gemido.

Tudo bem. Talvez nada disso tenha acontecido com João Batista, agora, comigo, quantas vezes.

O "hoje" me influencia mais que o "ontem".

As lutas de agora são maiores que a de outrora, pois vivemos mais o momento presente.

Preciso tomar cuidado para não esquecer da aliança, do compromisso, das promessas, do amor revelado na cruz. O que passei "pavimenta" o que estou passando.

Paz!

12 de jun. de 2010

DESISTINDO DA ESPERANÇA


Em Lc. 7:11-17 leio sobre a ressurreição do filho da viúva de Naim; fato que só Lucas registra.



Nos dois milagres deste capítulo vejo uma "progressão" onde, primeiro um "quase" morto é curado e depois um morto é ressuscitado.



Como o tema que coloquei nessa meditação, que não é meu, lí em algum lugar. Aquela cena do enterro, a tristeza da mãe e, certamente, a consternação do povo com ela, mostra que a esperança de reverter a situação também estava sendo enterrada.



Não era só o filho único, mas o suprimento daquela viúva, a segurança e apoio que a prole dava a uma mãe naquela época (ou em todas as épocas), os sonhos, tudo estava sendo levado para o cemitério.



Numa época onde só quem tinha dinheiro podia "contratar" músicos e carpideiras para o enterro do parente, aquela multidão que a acompanhava, tocada pela desgraça da mãe, a acompanhava sensibilizada pelo ocorrido.



Olhando "de fora" um fato comum, que acontecia muitas vezes por dia.



Olhando "de dentro" uma tragédia sem tamanho.



Vejo três grupos se encontrando naquele momento: Os discípulos, a multidão que acompanhava Jesus e a multidão que acompanhava a viúva.



Não vejo Jesus querendo aproveitar a situação para ensinar algo aos seus discípulos, ainda que ele sempre ensinava, principalmente pelo exemplo (como bom mestre que era). Não vejo ele querendo mostrar seu poder para a multidão que o seguia, ele nunca quis aparecer. E não vejo Jesus querendo impactar a multidão que chorava com a viúva ou da situação dela.



Só vejo Jesus tendo compaixão. Quando ele fala para ela não chorar, não é um pedido descabido diante da situação, mas é uma demonstração de empatia, tristeza, misericórdia e reconhecimento da dor atroz que ela estava sentindo.



Uma dor que ele compartilha com todos os que sofrem diante de situações acima de suas forças, que acontecem sem que eles possam fazer algo ou mesmo causadas por seus erros.



Ainda que o texto não diga que ele chorou, como na morte de Lázaro seu amigo, eu imagino que seus olhos se encheram de lágrimas, vendo aquela mulher se dirigindo ao lugar de sepultamento de seu único filho.



Um véu pesado sobre a cabeça, um olhar ora fixo no chão, ora colocado no filho embrulhado em panos, num caixão ou estendido numa esteira, carregado por homens acostumados a função. Olhos sem expressão, um andar "arrastado" pelo caminho outrora percorrido no enterro do marido e os ombros encurvados pelo peso da situação. Muitos chorando, lamentando a desgraça. O barulho da tragédia enchendo o ar. Naquele portão, todos paravam para ver o acontecido.



Jesus viu e resolveu intervir. Ele não podia ficar indiferente a tragédia daquela mulher, do mesmo modo que, hoje, não fica indiferente as nossas próprias mazelas.



Sem medo do que poderiam dizer, tocou no caixão.



Sem medo de se contaminar, tocou na "ferida" aberta no peito daquela mulher.



Sem medo de se expor, tocou naquela situação de desesperança.



É impossível ser o mesmo depois de ser tocado por Jesus!



Aquela mulher era o personagem principal da cena, mas quando Jesus entrou em cena, o final foi diferente.


É revelador saber que Naim significa aconchego, tranquilidade, calma.

É isso que acontece quando Jesus chega perto e nos toca profundamente.

Sabe de uma coisa? Quando "morremos" somos tocados sem reservas.



Paz!

11 de jun. de 2010

DO ELOGIO AO ÓDIO


Hoje pela manhã, meditando em Lc. 4, fiquei intrigado com a mudança de atitude dos ouvintes de Jesus na sinagoga de Nazaré.

No verso 22, está escrito que "todos começaram a elogiar Jesus, admirados com a sua maneira agradável e simpática de falar, e diziam; Ele não é o filho de José?".

Já no verso 28, leio que todos que estavam na sinagoga ficaram com muita raiva e tentaram matar o Senhor Jesus.

O contexto diz que foi por causa de Jesus ter declarado que nem todos seria abençoados e curados. Ele deu o exemplo da viúva de Sarepta e Naamã.

Um olhar superficial não explica tamanha reação contrária, mas observando melhor a resposta de Jesus a pergunta se ele não era o "filho de José", me mostra o porquê da reação irada do povo.

Tanto a viúva quanto Naamã não eram judeus. Jesus estava dando a entender que Deus ama e cuida também dos outros povos. Isso era uma "afronta" ao nacionalismo e exclusivismo judaico, principalmente numa época tão difícil como aquela.

Os "filhos de Abraão" sempre se acharam os "queridinhos" de Deus. Mais do que isso, eles se achavam os "únicos" merecedores das bençãos divinas.

A sinagoga era um reduto nacionalista muito forte na sociedade judaica e os fariseus ferrenhos adversários dos estrangeiros principalmente em questões de religião e fé.

Jesus mudou de "simpático" para "ultrajante", de "agradável" para "digno de morte".

Jesus lhes conhecia o coração e sabia que eles estavam querendo testá-lo, avaliá-lo e não servi-lo, amá-lo. O "filho de José" falava bonito, mas daí a ser "Filho de Deus, o Messias", pera aí, vamos avaliá-lo.

Bom, não é muito diferente dos dias de hoje. Muitos querem "ver para crer". Muitos querem primeiro "experimentar" para depois aceitar e, depois rejeitam com a maior naturalidade ou facilidade.

Outra coisa que observei é o sentimento de muitos "cristãos" de exclusividade ou "merecimento" por serviços prestados.

Porque não eu, perguntam um tanto ultrajados com as bençãos alheias, principalmente que o "abençoado" for aquele "pecador" sempre chorando aos "pés" do Senhor.

É algo para se pensar.

Paz!

9 de jun. de 2010

EUCARISTIA


Meditando em Lc.22, onde Jesus celebra a sua última ceia com seus discípulos, observo suas palavras nos versos 17 e 19. Jesus pegando o cálice de vinho e o pão, agradece a Deus. .

A palavra grega, traduzida como "dar graças" é eucaristia.

No dicionário, eucaristia significa um dos sete sacramentos do catolicismo romano no qual, Jesus Cristo se acha presente, sob a aparência do pão e do vinho, com seu corpo, sangue, alma e divindade. Esta palavra também significa "ação de graças" e, é claro, eu fico com a segunda definição.

Pregando na ceia do primeiro domingo de Junho, falei sobre a "verdadeira eucaristia". Lembrei os irmãos do feriado último "Corpus Christis" (Corpo de Cristo) e falei que a ação de graças verdadeira precisa ser acompanhada da aliança.Jesus, ao dar graças (eucaristia) fala da nova aliança que Deus faz conosco pelo sangue de Cristo, representado pelo vinho.

Dar graças sem aliança, comprometimento, envolvimento com o Pai celeste é pura hipocrisia.

Dar graças sem ter Jesus como Senhor e Salvador é inócua, estéril.

Dar graças sem arrependimento sincero é rejeitar o sangue de Jesus.

A verdadeira eucaristia deve ser praticada diariamente através de uma vida pontuada pela obediência e temor do Senhor.

No site Iluminalma.com tem uma meditação parecida com a minha que mostra a verdadeira eucaristia.

Lá, o autor enfatiza a atitude de Jesus de "agradecer" pelo sofrimento que teria logo depois da ceia.

Agradecer pelo que iria sofrer. É demais não acha? Que exemplo.

este é o meu Jesus!


Paz.

FILHO QUERIDO


Meditando nas passagens que falam do batismo de Jesus, Mt. 3, Mc. 1 e Lc. 3 e também Jo. 1 onde o batismo mão é citado mas a descida do Espírito Santo é registrada, aprendo verdades preciosas.

Mateus é mais detalhista, registrando um diálogo entre João Batista e Jesus. Este precisou argumentar com João para que este o batizasse. "Convém cumprir toda a justiça" Jesus mostra, com seu exemplo, o princípio da obediência.

Marcos, resumido como sempre, cita a rapidez com que o Espírito Santo veio sobre Jesus, após seu batismo, usando a expressão "e logo, quando saía da água...".

Lucas focaliza mais o resultado da ação de Jesus, a descida do Espírito Santo e também sua "igualdade" com a multidão que se batizava. Jesus era um homem como os outros homens. Veio como tal para cumprir "toda" a justiça.

Agora, João, como disse no inicio, só registra a descida do Espírito.

Concluindo esta breve meditação, entendo que minhas ações são importantes, mas mais importante é o mover de Deus em minha vida e através da minha vida.

Os quatro evangelistas registram a descida do Espírito Santo, o resultado da ação de Jesus de obedecer a vontade divina.

Obediência total e irrestrita!

Paz.

RESPOSTA AO ARREPENDIMENTO


Meditando em Lc. 3: 11- 17, aprendo que, como demonstração de arrependimento, algumas atitudes devem ser tomadas.

Destacando alguns verbos neste texto, aprendo que devo:

Dar (v 11).

Repartir (v. 11).

Não cobrar (v. 13).

Não tomar (v. 14).

Se contentar com o que ganho (v. 14).

Pensando nestes verbos, entendo que:

Devo dar de mim a todas as pessoas generosamente, sem restrições, como Deus em sua infinita graça.

Devo repartir a minha fé, alegria, esperança além dos bens que são do Pai (sou apenas mordomo).

Devo ser justo, honesto, correto em minhas ações e relacionamentos, não exigindo demais dos outros, pontuando pela lei do amor.

Devo ser despido de ganância, inveja.

Devo, acima de tudo me contentar com o que o Senhor tem me dado, entendendo e Ele sempre suprirá minhas necessidades.

Olhando para o verso 17, fiquei imaginando ou tentando visualizar o Senhor Jesus com uma pá na mão.

A pá é uma ferramenta para trabalhos pesados. Não é delicada e somente aqueles que são fortes pode manejá-la, com eficácia pelo menos. Jesus veio fazer um "trabalho pesado", separando a palha do trigo.

Me vejo como um "trigo" ainda "sujo", precisando ser limpo, e só Ele pode fazer este trabalho.

Dar, repartir, não cobrar, não tomar, se contentar, são virtudes que precisam ser firmadas em mim.

Paz.