21 de mai. de 2011

FAMÍLIA PRÓSPERA


Se desejarmos nos tornar famílias fortes e vitoriosas, como verdadeiros instrumentos nas mãos de DEUS e glorificar seu nome, devemos nos empenhar em vivenciar os ensinamentos contidos na Palavra de Deus.

Depende de você decidir que vai ganhar a queda de braço do mal com o bem em sua vida.
Você já ouviu falar em “Quem é fiel no pouco é fiel no muito?”.
Se você sabe administrar pouco, provavelmente saberá administra muito, mas, se não sabe controlar nenhum pouquinho, quanto mais uma grande quantia, soma.
Muitos de nós nos tornamos escravos de nós mesmos, pois nos deixamos seduzir pela vontade humana sem controle, levando nossa vida , espiritual, emocional, financeira e familiar para o caos.
Um casal desesperado pergunta ao seu pastor: Como entramos nessa? Não temos mais conversa, não importa qual o assunto, volta e meia estamos discutindo sobre finanças! Mesmo a nossa vida íntima já era. Há esperança para nós pastor?.
Eles estavam a ponto de se separarem, como tantos outros casais, que foram prisioneiros de guerra dos seus próprios impulsos de “pegar agora, pagar depois¨. Sua desordem administrativa tornou-se um verdadeiro campo de concentração e estava torturando a vida familiar.
GRAÇAS A DEUS que a resposta é sim! Crise administrativa não é novidade para Deus, que há muito tempo traçou para seu povo um plano de vida sábio, equilibrando, e provado pela experiência de muitos. Vejamos os ensinamentos do livro da sabedoria, PROVÉRBIOS.
UMA ESTRATÉGIA DUPLA
Conforme Provérbios, para obtermos prosperidade familiar, teremos de declarar guerra contra forças hostil que atacam o lar.
Em primeiro lugar, teremos que erguer uma defesa anti-aérea contra o bombardeio de propaganda anti-bíblica da mídia. Ao mesmo tempo, e mais importante ainda, teremos que desarmar a nossa própria cobiça auto-destrutiva.
A MÍDIA
O primeiro ataque contra o lar vem da mídia. Só quem não anda no mundo ¨real¨ consegue escapar ao efeito dos mísseis lançados pela propaganda comercial;
Leve agora, pague depois!
Você merece o melhor!
Cinco suaves prestações!
Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta!
Estas lanças já feriram inúmeros lares. Outros foram destruídos pela dívida. E aqueles que não são feridos nem mortos, acabam sendo levados como prisioneiros de guerra, verdadeiros escravos da sua indisciplina financeira.
Pv. 22.7 diz, ¨O rico domina sobre o pobre, e o que toma emprestado é servo do que empresta
 Como nos defender desses mísseis materialistas da mídia? Eis algumas sugestões prática:
• Avaliar criticamente como família a propaganda e outros comerciais que encontram ¨na praça¨.
• Fazer algumas perguntas chaves: É verdade? Realmente precisamos disso? É o melhor produto no mercado? Estamos sendo enganados? Agrada a Deus? É tempo de Deus?
A COBIÇA
Não fosse a natureza humana, cobiçosa e materialista, não haveria nenhum problema com o bombardeio comercial da mídia, talvez nem existissem propagandas!
O problema principal não esta com a mídia. Como um grande estrategista militar declarou, ¨descobrimos o inimigo, e ele somos nós¨!
A natureza do homem leva-o a desejar cada vez mais coisa, e mesmo conseguindo o que quer, ele continua sendo um eterno insatisfeito.
Encontramos em Pv. 27.20: "O inferno e o abismo nunca se fartam, e os olhos do homem nunca se satisfazem"
Pv. 28.22: "Aquele que tem olhos invejosos corre atrás das riquezas, mas não sabe que há de vir sobre ele a penúria".
A família cristã terá de erguer uma defesa quase que impenetrável para não ser atingida por esses apelos à sua natureza materialista.
 Algumas sugestões práticas que constituem um ¨pacto pela defesa financeira familiar¨
• Estabelecer um orçamento familiar que identifique as saídas mensais, e permita compras especiais, ocasionais e planejadas (Pv. 21.5). Sugerimos que a família analise todos os seus gastos durante 3 meses, para descobrir os ¨furos” no saco do orçamento familiar. Evitar toda e qualquer forma de dívida (Pv. 22.7). Isso inclui o uso de cartões de crédito.
• Decidir como família viver com aquilo que DEUS já providenciou não o que espera ganhar. (As vezes é difícil discernir entre fé e presunção; basta dizer que a fé crê que DEUS é capaz de satisfazer a família com aquilo que tem, presunção é buscar a satisfação com o que deseja adquirir).
• Cultivar uma boa atmosfera no lar de gratidão e contentamento pelo que tem, através do culto doméstico.
• Desenvolver alvos missionários como família, visando ou dar às pessoas mais carentes, e visitar estas pessoas.
Além disso, precisamos pedir perdão aos nossos credores, e acima de tudo, mudar nossos hábitos de consumo.
• Semear para colher!
O MAIS IMPORTANTE...
¨BUSCAI PRIMEIRO O REINO DE DEUS E AS DEMAIS COISAS VOS SERÃO ACRESCENTADAS¨

20 de mai. de 2011

SOLIDARIEDADE

Meditando sobre esta palavra, lembrei do Solidarność (em português Solidariedade, de nome completo Niezależny Samorządny Związek Zawodowy "Solidarność" ou Sindicato Autónomo "Solidariedade") que foi fundado em 1980 nos Portos de Lenin. No inicio, muito combatido pelo comunismo, este sindicato ajudou na democratização da Polônia e na queda do império comunista.  
No dia 30 de Agosto de 1980, o primeiro-ministro polaco assinou com Lech Walesa um acordo que autorizava os sindicatos independentes. O acordo pôs fim à greve dos operários dos estaleiros navais de Gdansk. Os trabalhadores protestavam contra a subida dos preços e reclamavam a reintegração dos colegas Anna Walentynowicz e Lech Walesa, demitidos por atividades de oposição.
Walesa assumiu a liderança de um movimento que se estendeu a todo o país. Rapidamente, o Solidariedade agrupou 10 dos 13 milhões de trabalhadores da Polónia. Rapidamente, o sindicato assumiu uma dimensão política, contra o regime comunista.
Mas em Dezembro de 1981, o general Jaruszelski impôs a lei marcial e o sindicato tornou-se clandestino sendo os seus líderes presos.
Em 1989, o sindicato, novamente legalizado, venceu as eleições legislativas. Um sopro de liberdade que ajudou a derrubar o muro de Berlim. Em 2010 foi comemorado os 30 anos do sindicato.
Tudo isso me veio a mente quando alguns irmãos decidiram me ajudar numa situação delicada pela qual passei na semana passada. A solidariedade manifesta por estes irmãos lembra a mobilização dos trabalhadores lá na Polônia em favor de duas pessoas (Anna e Lech), dentre outros motivos é claro. Mas me aquece o coração ver o que a solidariedade pode causar. Me enche de esperança ações de generosidade gratuita que podem contagiar outros em favor de outros e assim, sucessivamente, melhorar a sociedade como um todo.  Não tenho a presunção de achar que a solidariedade manifesta a mim se compare  ou possa ter desdobramentos como os acima citados, mas não custa sonhar e crer.
Da minha parte, agradeço de coração a solidariedade e generosidade dos meus irmãos em Cristo e meu irmão de sangue. É na hora de aflição que o amigo se torna um irmão e o irmão se mostra um verdadeiro amigo.
Não posso me esquecer que toda generosidade será medida.


Em conformidade com o princípio do amor, devemos dar aos necessitados (2 Co. 8.2).

O próprio Deus medirá a generosidade do cristão e o recompensará.

A medida da benção e da recompensa a recebermos será proporcional ao nosso interesse pelos outros e à ajuda que lhes damos (2 Co. 9.6).

Lc. 6: 38 "Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo".

18 de mai. de 2011

UMA JANELA PARA O ALTO


Gn. 6: 15,16 "E desta maneira a farás: De trezentos côvados o comprimento da arca, e de cinquenta côvados a sua largura, e de trinta côvados a sua altura. Farás na arca uma janela, e de um côvado a acabarás em cima; e a porta da arca porás ao seu lado; far-lhe-ás andares, baixo, segundo e terceiro"
Um barco de cento e trinta e cinco metros de comprimento, vinte e dois metros e meio de largura e treze metros e meio de altura com uma janela de quarenta e cinco centímetros no teto e uma porta lateral.
Uma única janela de 45 cm em 135 m de comprimento? Porquê?
O ambiente interno ficava escuro e a luz que entrava pela pequena abertura não era suficiente para todos os seres vivos ali encerrados por cerca de um ano. Este fato, provavelmente, causava um efeito muito forte nas pessoas e animais ali dentro: Uma busca desesperada pela "luz da janela". Significava vida, ar fresco, refrigério.
Bom, deixando de lado toda esta especulação sobre a situação aflitiva dos passageiros daquele barco, prefiro meditar sobre a "situação aflitiva" da sociedade hoje em dia.
Aquela janela obrigava Noé a olhar somente para o céu. Não podia ver a situação das pessoas que morriam afogadas, a situação da terra sendo coberta pela água, do "seu" mundo sendo pelas águas. Casas, plantações, rebanhos, tudo sendo destruído. Ele apenas "olhava" para o céu.
Jesus é a "Porta", a "Água da vida", o "Único Caminho", o "Sol da justiça" e também a "Janela para o alto".
Aquela janela era a única fonte de luz para aqueles sobreviventes. Jesus é a única fonte de "luz" para mim e para todos os demais.
Não posso nem devo olhar para as circunstãncias. Meus olhos devem estar pousados em Jesus Cristo!
lembro do filme "Uma Janela para o Céu".
Baseado na história real de Jill Kinmont, trata-se de história passada em 1955, quando a jovem Jill, então com 18 anos de idade, revela-se um enorme talento para o esqui e aposta certa para vencer os Jogos Olímpicos de Inverno de 1956. Mas acontece uma fatalidade: Jill por pouco não perde a vida após uma queda brutal na neve, mas fica paralisada do pescoço para baixo. Ainda que esteja impedida de praticar esportes para sempre, Jill agora tem uma outra batalha: viver e conviver com sua deficiência. Para isso ela vai contar com a ajuda de amigos, dos pais e parentes.
Não posso deixar de relacionar estas duas histórias verídicas e concluir que Noé foi salvo porque era um "amigo" de Deus, "filho" do Pai celeste e "membro" da família celestial.
Não preciso de mais nada além da "Janela". Devo buscá-la com sofreguidão e determinação, não "disputando" a sua luz, mas não me "detendo" diante das barreiras, dificuldades e até pessoas que queiram me impedir de chegar até ela.
Jesus é acessível a todas as pessoas, basta abrir o coração e se entregar a Ele.
"Buscai primeiro o Reino de Deus..."
Bens não é a "Janela"!
Dinheiro não é a "Janela"!
Saúde não é a "janela"!
Cl.1:15-16 fala de Jesus como o “primogênito de toda a criação”. “Nele foram criadas todas as cousas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele”.
Jo.1:3 diz: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez”.
Também leio em Jo.14:6 "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim"   
 Sendo estas afirmações é verdadeiras, então "aquele que era, que é e sempre será" é a "Janela"!
É isso aí!

17 de mai. de 2011

ORAÇÃO EM TEMPOS DE CRISE


At. 12.1-25
As crises são inevitáveis na vida. Há momentos em que os problemas são tantos, ou tão difíceis, que achamos que não vale a pena continuar lutando. Perdemos a esperança, ficamos desanimados. Tudo parece perdido.
No texto acima vemos um quadro de crise. Tiago é morto ao fio da espada e Pedro é preso por Herodes. Mas o que a igreja está fazendo? Está orando.
I. O Plano de Herodes (1-4)
Herodes Agripa I, neto de Herodes o Grande, tinha planos de ganhar o prestígio ás custas da prisão e morte de Pedro. O apóstolo foi guardado no cárcere e, após a páscoa, seria apresentado à multidão.
II. A intercessão da igreja.
Lemos no v. 5: “Pedro, então, ficou detido na prisão, mas a igreja orava intensamente a Deus por ele”.
Pedro estava preso. A situação era muito crítica. O julgamento de Pedro seria, sem qualquer sombra de dúvidas, seguido de sua execução sumária. E o que a igreja faz diante daquela situação tão difícil? Protestar? Lamentar? Entrar em desespero? Não. A igreja ora incessantemente. Lucas usa o termo ektenos (fervorosamente, intensamente). Trata-se do mesmo termo que é usado quando Jesus orava no Getsêmane: “Estando angustiado, ele orou ainda mais intensamente...” (Lc.22.44).
Alguém poderia perguntar: Mas será que eles não tinham outra coisa para fazer? Não. Na verdade, não havia outra solução. Mas muito mais do que isso: eles tinham uma certeza absoluta de que o poder de Deus era algo real e presente.
Note bem o detalhe que Lucas registra. “Pedro estava preso, mas ..." Quando chegamos a este MAS  já antevemos o final da história. Pedro está para ser julgado e sentenciado à morte; todavia há um MAS que se interpõe. Diante desse MAS já se sabe que a história vai terminar diferentemente do que Herodes imaginava. Há um prenúncio de vitória nessa pequena conjunção adversativa.
Já sabemos que Lucas apenas oferece um resumo dos acontecimentos. Mas os tempos do verbo imperfeito no v. 5, a prisão de Pedro e a oração da igreja duraram vários dias.
III. A libertação de Pedro (6-11)
A fim de valorizar o milagre da libertação, Lucas descreve em detalhes em que situação Pedro estava preso. Ele estava sendo guardado na máxima segurança. Acorrentado tendo um soldado à sua direita, outro à sua esquerda. Além disso, a porta era guardada por outros dois guardas. Com tudo isso, a possibilidade de fuga era mínima ou, até mesmo, descartada.
Mas toda esta precaução não puderam evitar ou impedir a mão de Deus de agir. Durante a noite, diz-nos o texto: “Repentinamente apareceu um anjo do Senhor, e uma luz brilhou na cela. Ele tocou no lado de Pedro e o acordou. “Depressa, levante-se!”, disse ele. Então as algemas caíram dos punhos de Pedro” (v.7).
Ainda meio adormecido, ele ouviu o anjo ordenando-o a vestir suas roupas comuns, e sair da prisão (v.8). As portas da prisão foram se abrindo e Pedro saiu andando até chegar na rua (v.10).
Que maravilha! De um lado temos um Herodes e do outro temos um Deus grande e poderoso. Um Deus que intervém quando a situação é crítica. Deus ouve as orações de seu povo.
Há momentos na vida em que as situações nos parecem irreversíveis. Há situações aparentemente sem volta. Há corações perversos que não mudam; há impasses que não conseguimos desfazer; há uma crise instalada e não vemos qualquer esperança de solução. A experiência de Pedro e a intercessão por parte da igreja nos convida a contar com o poder de Deus. Orar e esperar que Deus em algum momento pode intervir e restaurar casamentos, aproximar pessoas, instaurar o amor, trazer esperança e fé, etc.
IV. Pedro procura os irmãos. (12-19).
Após sua libertação Pedro se dirige à casa de Maria, onde a igreja estava reunida em oração. Ao chegar à casa, uma criada de nome Rode veio abrir a porta, e ao ouvir a voz de Pedro, tomada de alegria, ela correu de volta, sem abrir a porta, e exclamou: “Pedro está à porta!” Eles porém lhe disseram: “Você está fora de si!” Insistindo ela em afirmar que era Pedro, disseram-lhe: “Deve ser o anjo dele”. (v.15 e 16).
Enquanto Pedro continuava batendo, a congregação não queria acreditar no atendimento de suas orações. Impressionante! Era maravilhoso demais. Acham mais razoável que a empregada tenha perdido o juízo – Você está maluca! – do que crer que Deus havia atendido suas orações. Como disse John Stott, “É irônico que o povo que estava orando com fervor e persistência pela libertação de Pedro pudesse considerar louca a pessoa que lhes informava que suas orações haviam sido respondidas!”.
Lucas encerra esta passagem noticiando a morte de Herodes. É em admirável contraste com a morte desse tirano, que Lucas acrescenta um dos seus sumários: "Entretanto a palavra do Senhor crescia e se multiplicava" (v.24, cf. 6:7; 9:31). De fato, é impossível deixar de admirar o talento artístico com que Lucas descreve a mudança completa na situação da igreja. No início do capítulo, Herodes está agindo violentamente – prendendo e perseguindo líderes da igreja; no fim, ele é derrotado e morre. O capítulo começa com a morte de Tiago, a prisão de Pedro e Herodes triunfante; ele encerra com a morte de Herodes, a libertação de Pedro e a Palavra de Deus triunfante. Este é o poder de Deus para acabar com planos humanos hostis e estabelecer os seus próprios planos em seu lugar. Deus pode permitir que os tiranos se orgulhem e se assanhem por um tempo, oprimindo a igreja e impedindo a expansão do evangelho, mas eles não vencem. No final, o império deles será derrotado e seu orgulho quebrado”.
Neste texto aprendemos 3 marcas de uma oração em tempos de crise: 1ª) É uma oração intensa; 2ª.) É uma oração que persevera; 3ª.) É uma oração feita apesar das grandes dificuldades.

SER CRISTÃO?


No dicionário temos o seguinte significado para o termo cristão:“o que recebeu o batismo e professa a religião cristã".
A partir desse significado, percebe-se que não significa grandes coisas se dizer cristão. Por essa perspectiva, é somente um termo religioso, não se trata de atitudes práticas.
Mas, se pensarmos e olharmos ao redor, podemos identificar alguns tipos de cristãos. Em qual desses perfis você se encaixa?
- Alguém que nasceu em uma família de tradição cristã (católica ou protestante) e que, por isso, se considera cristão, porém não freqüenta nenhuma igreja, nem tampouco lê a Bíblia ou ora com freqüência.
- Alguém que nasceu em uma família de tradição cristã (católica ou protestante) e que, por isso, se considera cristão, freqüenta uma igreja religiosamente, sem no entanto ter um encontro real com Cristo, acreditando que ir a igreja aos domingos lhe garante salvação.
- Alguém que acredita em Jesus Cristo como Filho de Deus e Salvador da humanidade, participa ativamente de uma igreja, mas não deixa a mensagem da graça de Cristo modificar a sua vida, tendo, por isso, uma vida cristã estagnada, sem evolução, sem transformação, seria o morno na fé.
- Finalmente, alguém que recebeu Cristo como Senhor e Salvador da sua vida de fato. Não apenas fazendo um gesto, levantando a mão após um belo apelo do pastor. Mas recebeu de verdade no coração, busca ao Senhor, tem uma experiência com Ele e O deixa transformar a sua vida diariamente.
Provavelmente, a maioria senão todos que estão me ouvindo, dirão que o último perfil revela sua condição, sua fé.
É verdade? Você é um cristão verdadeiro?
Vejamos algumas características do cristão verdadeiro:
A primeira coisa que podemos identificar no livro de Gl. 2:20, como necessária para fazermos diferença é ser crucificado com Cristo. Precisamos morrer para nossa própria vontade e nossos sonhos e vivermos para Deus, conforme a vontade Dele!
Paulo disse "não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus..." Ou seja, nossa velha natureza, a partir do momento em que nos entregamos de fato para Cristo, deve ser crucificada, deve morrer, e a nossa nova vida em Cristo deve estar baseada na fé em Jesus.
Além disso, Deus requer de nós dedicação exclusiva, tempo integral! Não dá para ser cristão em uma parte do dia ou da semana e na outra ser incrédulo!
Um cristão verdadeiro é cristão a todo momento. Isso não significa trabalhar muito na igreja ou ter muitos compromissos "cristãos". Significa que aonde eu for, estarei levando Cristo, pois Ele vive em mim.
Não importa se estou na igreja ou no trabalho, meu comportamento deverá ser o mesmo. Então, é preciso que Cristo cresça de tal forma em mim, que tudo que eu falar, pensar ou fizer seja conforme a Sua vontade. Precisamos de fato iluminar e salgar todos os lugares em que colocarmos os nossos pés, a começar na nossa casa.
Mt. 5:13 a 16 "Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”.
O desejo de Cristo é esse, que a nossa luz resplandeça e que todos vejam as nossas boas obras e glorifiquem a Deus. Jesus disse que ninguém acende uma luz e a esconde. Então, não podemos esconder a luz de Deus que há em nós. É preciso resplandecer.
Eu pude identificar também no texto de Gálatas três desses itens fundamentais para que a nossa luz resplandeça: fé, abdicação e amor.
- . Sem fé é impossível agradar a Deus. É pela fé que recebemos Jesus como nosso Salvador. É pela fé que morremos para o mundo a fim de vivermos para Deus. Pois a fé em Cristo nos dá certeza da vida eterna, nos dá esperança. Precisamos crer!
- Abdicação. Sem desistirmos de viver por nós mesmos jamais seremos de Cristo. Jamais faremos diferença. É preciso entregar completamente o nosso caminho ao Senhor. É preciso negar a nós mesmos, carregar a nossa cruz e seguir a Cristo.
Lc. 9:23 e 24 diz: "Em seguida dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, esse a salvará.."
É preciso dizer de todo coração: "Senhor, não quero viver por mim mesmo, não quero fazer nada por mim mesmo, toma-me em Tuas mãos, me guia pelo Teu caminho, venha viver em mim"!
- Amor. O amor por Cristo é fundamental, sem amor nada que fizermos em nome Dele se aproveitará e até a nossa vida será vazia de sentido. Esse é o maior mandamento: amar a Deus sobre todas as coisas. Quando realmente amamos a Deus, desejamos ardentemente estar com Ele orando ou lendo a Palavra. O amor é o combustível que nos conduz a Deus. Em segundo lugar, o amor ao próximo é também fundamental na vida de um verdadeiro cristão.
Já que tudo que Cristo fez nessa terra foi por amor, nós que dizemos ser seus discípulos temos obrigatoriamente que imitá-lo amando a todos como ele amou.
Esses são somente alguns dos ingredientes que precisamos ter para fazer diferença como cristãos verdadeiros onde estivermos.
Com tudo o que falamos até agora: ser luz e sal da terra, sermos crucificados com Cristo, ter fé, amor e abdicação... você pode estar pensando: "é muito difícil fazer diferença, olha quantas características eu preciso ter! Jamais vou conseguir ser assim!" Mas a parte boa dessa história toda é que nós não precisamos fazer um esforço gigantesco para conseguirmos ser assim, essa obra não é nossa, não é pelas nossas próprias forças. A diferença quem faz é o Espírito Santo. É a Sua presença em nossas vidas que produz em nós mudança, que nos faz ser sal e luz. O Espírito é quem nos diferencia.
Existem "cristãos" que são uma benção na igreja, mas em casa tratam mal a família, não demonstram amor, ou no trabalho não dão o menor testemunho. Infelizmente são muitos os casos de cristãos desse tipo. Isso acontece porque eles ainda não se deixaram ser transformados pelo Espírito Santo. Provavelmente não estão buscando a Deus como deveriam. Pois o Espírito só age em nós quando O buscamos. Ele é muito educado e não faz algo em nossas vidas se não O convidarmos.
Mas ainda bem que existem também cristãos exemplares, são pessoas que onde chegam, seja no trabalho, seja na igreja ou em casa, são as mesmas pessoas, pessoas que demonstram amor, que são testemunhos vivos de Cristo. Esses cristãos são exemplares porque dão lugar para o Espírito Santo agir em suas vidas.
Então, podemos ver que fazer diferença não é algo difícil, é um processo natural a partir do momento que você de fato decide buscar a Deus, lendo a Palavra, absorvendo cada um dos ensinamentos de Jesus, dando lugar ao Espírito Santo. É preciso ter a mente repleta da Palavra de Deus, pois como vamos imitá-lo se não o conhecermos? Se quisermos mesmo fazer diferença, precisamos ler a Bíblia com dedicação e procurar dia a dia aplicar o que temos aprendido nela. É fundamental orar sem cessar, está em todo tempo com a mente ligada em Deus.
Se fizermos isso naturalmente vamos estar dando lugar para o Espírito Santo agir em nós produzindo Seu “fruto” em sua totalidade:"...o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito." (Gl. 5:22 a 25)
Então, a obra é feita pelo Espírito. O papel que nos cabe é só buscar a Deus! O restante, que é a parte mais difícil, o Espírito de Deus fará em nós. Só precisamos buscar, buscar e buscar. E tem coisa melhor nesse mundo do que buscar a Deus?
É tão bom sentir a presença Dele em nossas vidas e sermos guiados por Ele! Vamos andar no Espírito! Não só quando estivermos na igreja, mas em todo momento de nossas vidas, vamos andar no Espírito e nos deixar ser guiados por Ele.
Que tipo de cristão você e eu temos sido? Temos vivido de fato aquilo que Cristo ensinou ou temos vivido conforme o que a nossa carne quer? Temos buscado realmente a Deus? Temos dedicado tempo de qualidade à leitura da Palavra? E a oração?
Só seremos bons servos quando conhecermos o que agrada e o que não agrada o nosso Senhor. Faça uma auto-avaliação nesse momento a respeito da sua vida com Deus.

O CAPACETE AS SALVAÇÃO

Ef. 6: 17Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus
Na Luta espiritual em que estamos envolvidos, o grande objetivo dos nossos opositores é abalar nossa confiança em Deus. Eles tentam de todas as formas atacar o caráter de Deus e do seu filho Jesus Cristo para que nós não vejamos a bondade, integridade e perfeição do Deus trino.
Por isso, o Senhor nos deu uma armadura, um conjunto de armas indispensáveis para resistirmos ao ataques do inimigo. O apóstolo Paulo fala explicitamente “... para que possais resistir no dia mau...”. As armas que Deus nos dá para usarmos na luta espiritual são armas de defesa... São armas para permanecermos firmes, inabaláveis, mesmo em meio aos ataques.
A Bíblia diz que a vitória contra os nossos inimigos não é pelas nossas forças. O Senhor Jesus já venceu principados e potestades na Cruz do Calvário. A vitória já aconteceu por causa da morte de Jesus. Mas até que o momento final venha O Senhor, por causa do seu amor, nos deu uma armadura para resistirmos aos ataques de um exército poderoso, mas derrotado.
O Capacete...
As peças de uma armadura têm o objetivo de proteger o soldado e deixá-lo livre para enfrentar os ataques do inimigo. Os capacetes são indispensáveis para qualquer soldado. No meio de uma guerra, o capacete é a garantia de proteção para a parte do corpo que controla todo o resto. A cabeça.
Proteger a cabeça é proteger a sede dos pensamentos, da consciência e da capacidade de decisão. Por isso os capacetes são importantes.
A mente humana é uma das mais complexas estruturas que conhecemos e o pouco que sabemos sobre ela só reforça a sua importância para que tudo funcione bem. Em outras palavras, ao protegermos nossa mente estamos preservando nossa capacidade de permanecermos na luta. Por isso o inimigo ataca a mente com tanta ferocidade.
...Da Salvação
No momento em que, pela fé, você decidiu confiar em Jesus como seu Senhor e Salvador, aconteceu uma transação espiritual. Você foi liberto do império das trevas, isto é, as forças espirituais da maldade perderam para sempre o domínio sobre a sua vontade; e você foi transportado para o reino do filho do amor de Deus, isto é, você deixou de ser inimigo de Deus para tornar-se seu filho por adoção.
Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do filho do seu amor” (Cl. 1:13)
Isso é o que conhecemos por SALVAÇÃO. Ela é operada por Deus na vida daqueles que se rendem ao Senhor e põem nele a sua confiança. Deus salva por causa daquilo que Jesus fez na cruz.
A salvação em Cristo é o marco mais importante na vida de uma pessoa. Porque ela muda tanto a nossa maneira de ver o mundo, quanto o nosso destino eterno.
Por isso, quem crê no filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus”. (Jo. 3:36)
•O capacete da salvação não é um amuleto;
•Não é uma coisa para dar sorte e proteger como pé-de-coelho ou fita colorida;
•Ele não existe pra vender no camelô da esquina nem na loja do shoping;
•O capacete é um presente de Deus para aqueles que experimentaram a salvação que há em Cristo Jesus.
Usar o capacete da salvação é ter a sua mente protegida dos ataques do inimigo contra a sua mente. De que forma somos atacados em nossas mentes?
Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo”. (II Co11: 3)
Precisamos lembrar que o propósito do inimigo continua sendo o mesmo: abalar nossa confiança em Deus e nos afastar Dele. Suas armadilhas são as mesmas desde o início da criação. Com astúcia, ele tenta corromper nossas mentes e destruir a simplicidade e a pureza que há no amor de Cristo Jesus.
Escrevendo a Timóteo, o apóstolo Paulo explica o que acontece quanto nos deixamos corromper pelo inimigo de Deus. Quando entramos para a batalha sem o capacete da salvação, nossa natureza pecaminosa é induzida ao erro e podemos ter o mesmo destino das pessoas sobre quem Paulo alerta Timóteo.
. “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes. Pois entre estes se encontram os que penetram sorrateiramente nas casas e conseguem cativar mulherinhas sobrecarregadas de pecados, conduzidas de várias paixões, que aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade. E, do modo por que Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade. São homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé”. (II Tm. 3:1 – 8)
O capacete da salvação me protege do egoísmo. Quando eu olho para a cruz, vejo Jesus, que não tinha pecados, sendo morto por causa dos meus pecados. Quando eu olho para cruz, vejo o Senhor abrindo mão de sua deidade por minha causa; Quando eu olho para cruz, não vejo egoísmo, vejo a doação de uma vida em favor das outras pessoas.
A salvação que há na cruz de Cristo me liberta do egoísmo e me ensina a confiar em Deus, como Jesus confiou.
O capacete da salvação me protege contra a avareza. Quando eu olho para a cruz de Cristo, vejo o Senhor abrindo mão do que há de mais importante: a própria vida. Ninguém poderia obrigá-lo a entregar-se, nem Deus faria isso. O próprio Jesus disse: “Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida... Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou...” (Jo. 10:17 -18)
O capacete da salvação me protege da arrogância. Quando eu olho para a cruz de Cristo não vejo arrogância e auto-suficiência, vejo humildade. O filho de Deus se fez homem e submeteu-se à morte mais cruel que alguém poderia ter.
Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz”. (Fp. 2:5 – 8)
A salvação que há em Cristo Jesus me ensina a reconhecer minhas limitações e a colocar minha habilidade e capacidades a serviço daquele que me amou a ponto de entregar a sua vida por mim.
O capacete da salvação me protege da ingratidão. Porque quando olho para a cruz de cristo, meu coração se enche dos mais ternos sentimos de agradecimento.
O capacete da salvação me protege da desobediência. Porque na cruz de Cristo eu enxergo a submissão de Jesus à vontade do Pai.
O capacete da salvação me protege da crueldade. Porque a cruz de Cristo é a demonstração do terno e carinhoso amor de Deus para comigo.
O capacete da salvação me protege da falsidade. Porque na cruz de Cristo todos os meus pecados foram expostos. Não há mais segredos. Tudo está às claras diante de Deus e eu não preciso mais me esconder dele como fizeram Adão e Eva. Ele me recebe como eu sou.
Não se engane meu irmão. Você está no meio da luta. Todos os dias você participa de batalhas nas quais a sua confiança em Deus é provada. É hora de abrir os olhos e permitir que a nossa mente seja ensinada pelo Espírito de Deus.

O DÍZIMO É LEGAL?

 
Mt.5:17 “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir”.
Há alguns cristãos que não apreciam muito o fato dos pastores às vezes falarem em dinheiro. Esquecem-se eles de que este era um assunto freqüentemente mencionado por Jesus. A Bíblia refere-se mais vezes a dinheiro do que mesmo à oração ou a fé.
Jesus falou sobre o dinheiro 90 vezes. Dos 107 versículos do Sermão do Monte, 22 referem-se a dinheiro, e 24 das 49 parábolas de Jesus mencionam dinheiro.
Há os que afirmam que o dízimo pertence ao Velho Testamento, à lei, que não temos nenhuma obrigação de pagá-lo / devolvê-lo mas esquecem ou ignoram que o dízimo é anterior à lei de Moisés, e que foi depois incorporado a ela. Veremos hoje que o dízimo permanece na dispensação da graça.
1. Jesus não veio ab-rogar o dízimo.
Jesus declarou, no Sermão do Monte, que não veio revogar a lei, mas cumpri-la.
Devemos fazer distinção entre lei cerimonial e lei moral. A lei cerimonial ficou circunscrita ao Velho Testamento. Refere-se a costumes próprios do povo de Israel, sobre alimentação, saúde, dias, etc. Não temos nenhuma obrigação, hoje, para com essa lei.
Há, porém, a lei moral. Esta permanece.
Os dez mandamentos, por exemplo. Faziam parte da lei, mas permanecem até hoje, porque são princípios eternos, estabelecidos por Deus para as relações humanas.
Assim também acontece com o dízimo. Ele pertence a lei moral de propriedade. O princípio de que Deus é o dono de tudo permanece, e com ele o nosso reconhecimento dessa propriedade, expresso através do dízimo.
2. O dízimo era uma prática generalizada
Dirá alguém: não há nenhum mandamento de dar o dízimo no Novo Testamento.
De fato, há (Mt.23:23), mas nem haveria necessidade disso. Tratava-se de uma prática generalizada. Um mandamento sobre o dízimo seria, no dizer do povo, "chover no molhado".
O mesmo acontece com os dez mandamentos: Não há uma repetição completa como está em Ex.20, mas há textos suficientes no Novo Testamento que comprovam a observação de cada um dos dez mandamentos pelos cristãos.
3. Referências ao dízimo.
Há tres referências ao dízimo no Novo Testamento. Duas delas, paralelas, se referem ao mandamento de Jesus aos fariseus quanto ao dízimo. Mt.23:23; Lc.11:42. A terceira é a de Hb.7:1-10, em que Melquisedeque aparece como figura de Cristo.
Na conversa com os fariseus, Jesus fala do escrúpulo deles em dizimar até as menores coisas, esquecendo-se do mais importante, que era a prática da misericórdia e da fé. Insiste com eles para que continuem a praticar o dízimo, mas dêem atenção devida as obrigações morais.
Cristo dá claramente seu apoio a doutrina do dízimo. Os que fazem objeção ao dízimo levantam-se, todavia, para dizer que o mandamento foi dado aos fariseus e não a nós.
Respondo, primeiramente, que nesse caso teríamos de desprezar todos os outros ensinos de Jesus dirigidos aos faiseus. Entretanto, não deixamos de aplicá-los a nós, de modo geral. Se o fazemos em relação a outros aspectos da vida religiosa, por que também não em relação ao dízimo?
Mas ainda, convém lembrar que nosso Senhor declarou se a nossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entraremos no reino dos céus, Mt.5:20. Neste caso, Jesus está colocando para nós um padrão mais alto que o dos fariseus. Estaria ele omitindo a prática do dízimo, parte integrante da justiça do fariseu? De modo nenhum.
Se ficarmos aquém do fariseu na prática do dízimo, estaremos dando provas de que a nossa religião produz frutos inferiores aos do faraísmo.
A terceira referência ao dízimo, no Novo Testamento, é a de Hb.7:1-10.
Vamos examinar cuidadosamente o trecho para melhor acompanhar nosso raciocínio. O autor está provando, nessa carta, a superioridade de Cristo sobre a velha dispensação, e aqui, de modo particular, sobre o sacerdócio judaico. Refere-se a Melquisedeque e ao dízimo que Abraão lhe pagou, acrescentando que esse Melquisedeque era figura de Cristo.
Sendo Melquisedeque figura de Cristo, quando Abraão lhe deu o dízimo, estava dando-o, em figura, ao próprio Cristo.
Se o “cristão” Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, tipo de Cristo, os cristãos hoje devem dá-lo ainda àquele que é sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.
O pensamento do versículo 8 pode ser assim parafraseado: "Enquanto no sistema mosaico recebem dízimos homens que morrem, isto é, os sacerdotes, na dispensação da graça, tipificada por Melquisedeque e Abraão, recebe dízimos aquele de quem se testifica que vive para sempre, Jesus Cristo."
Jesus, pois, recebe dízimos até hoje dos cristãos fiéis, através da igreja que ele instituiu e incumbiu da propagação do evangelho.
O último argumento a favor do dízimo, no Novo Testamento, que apresentaremos, é o do sustento do ministério sagrado.
Paulo, em I Co.9 , declara que o princípio do sustento do ministério na dispensação da graça é o mesmo que o da dispensação da lei. Paulo está discutindo aqui o seu direito de sustento por parte das igrejas. Fala do dever das igrejas de sustentarem seus obreiros, usando várias figuras para ilustrá-lo, entre elas a do boi que debulha. Pergunto em seguinte: "Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais"? I Co. 9:11.
Em I Co.9:13 o apóstolo usa a ilustração do templo e do serviço dos levitas no altar, dizendo que eles tiravam do altar o seu sustento.
Qual era esse sustento? O dízimo, não há dúvida nenhuma.
Vem agora a conclusão do apóstolo, em que estabelece o princípio paralelo nas duas dispensações: "Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho." I Co.9:14.
Note a palavra "assim". Quer dizer que do mesmo modo como eram sustentados os sacerdotes, assim devem ser sustentados os ministros do evangelho, isto é, com os dízimos entregues pelo povo de Deus.
É importante também o verbo: "ordenou". Trata-se de uma ordem de Cristo, cuja autoridade merece ser respeitada. É um dever do crente, como era do judeu, entregar os dízimos para o sustento do ministério.
Jesus veio dar ao Antigo Testamento uma significação mais ampla. Libertou a lei do jugo farisaico, e lhe deu novo vigor espiritual. No princípio do seu ministério deixou claro que não viera para revogar a lei, mas para cumpri-la. Mt.5:17. Destarte, os preceitos da lei mosaica se revestiam de um significado novo e mais profundo nos ensinos de Jesus, como vemos no Sermão do Monte.
Como nas outras leis do Velho Testamento o dízimo recebe na nova dispensação maior amplitude, no princípio da mordomia da vida e da propriedade. Esse princípio não exclui o dízimo, porém vai além dele, assim como o NovoTestamento, sem excluir o Velho Testamento, o completa e amplia.
Por isso mesmo, o que encontramos no Novo Testamento são exemplos de contribuição que vão além do dízimo.
Tomemos o caso da viúva pobre. Ela não deu um dízimo, mas dez dízimos - deu tudo. Mc.12:11-44 .
Zaqueu, depois de convertido se dispôs a dar metade dos seus bens aos pobres, portanto, cinco dízimos. Lc.19:8 .
Os cristãos da igreja em Jerusalém ofereceram tudo quanto tinham. At.2:44-45 ; 4:32-37.
Os cristãos da Macedônia deram com sacrifício, muito acima das suas possibilidades, a ponto de surpreenderem o apóstolo por sua liberalidade. II Co.8:1-5 .
Os coríntios foram convidados a contribuir "conforme a sua prosperidade", I Co.16:2 . Isso não poderia significar, em hipótese alguma, menos do que o dízimo.
Quem se dispuser a praticar o ensino do Novo Testamento tomará o dízimo como simples ponto de partida, procurando crescer na graça da contribuição, ao ponto de dizer como R. G. Le Torneau, riquíssimo e liberalíssimo industrial cristão: "A questão não é: quanto de meu dinheiro devo dar ao Senhor, mas: quanto do dinheiro do Senhor devo guardar para mim"?
O Dr. Dillard, em seu precioso livro "Mordomia Bíblica", levanta esta interessante e importante pergunta.
O Dr. Dillard responde pela afirmativa, e alinha entre outras, as seguintes razões:
1. Jesus foi educado num piedoso lar judeu, e os judeus piedosos eram dizimistas.
2. Jesus declarou que não veio abrogar a lei e os profetas, mas cumpri-los.O dizimo é ensinado tanto na lei como nos profetas.
3. Jesus sempre elevou o nível moral. Leia-se, de novo, o que disse ele no Sermão do Monte sobre o assassínio, o adultério, o juramento, etc, e indague-se se ele ficaria satisfeito, em matéria de contribuição, com um padrão inferior ao dízimo.
4. Os inimigos de Jesus tentaram convencê-lo de que estava violando a lei por exemplo, no caso da observância do sábado. Não será estranho que eles nunca o tivessem acusado de violar a lei do dízimo, se ele não o praticasse?
Sem dúvida nenhuma, Jesus não só ensinou e praticou o dízimo, mas foi além dele.
Além de ser um mandamento do Senhor, é também uma questão de amor. Como eu amo o meu próximo, quero também que ele receba as boas novas de salvação. Nem sempre eu posso obedecer o ide de Jesus. Devolvo os meus dízimos para que os pastores e missionários possam ir em meu lugar.
Uma distinção essencial existe entre o dízimo do Velho Testamento e o do Novo Testamento.
Enquanto um é obrigatório, o outro é voluntário; enquanto um é movido pela exigência da lei, o outro e impulsionado pelo amor.
Cristo não quis obrigar seus seguidores a serem dizimistas; preferiu confiar no amor liberal deles.
Estaremos merecendo essa confiança?

DEVO FREQUENTAR UMA IGREJA????


A salvação é individual. É verdade! Paulo disse que “cada um” será julgado “perante o tribunal de Cristo” (2 Co. 5:10). Não seremos julgados coletivamente como igrejas.
A igreja não salva ninguém. Isso, também, é verdade! É pelo sangue de Jesus que recebemos “a remissão dos pecados” (Ef.1:6-7). “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé” (Ef.2:8). A igreja não morreu por nós, e não é capaz de nos salvar.
Algumas pessoas, compreendendo estes fatos, chegam à conclusão que a vida cristã não tenha nada a ver com a igreja. Pode freqüentar uma se quiser, mas também pode usar o tempo igualmente bem recebendo amigos em casa, passeando no shopping ou indo pescar. Pode comunicar com Deus em qualquer lugar, então quem precisa de igrejas?
Antes de descartar ou desprezar a igreja na sua vida, não seria importante ver o que Deus diz a respeito dela?
A igreja (grego, ekklesia) é um grupo de pessoas chamadas para saírem do pecado e pertencerem a Cristo. Jesus prometeu edificar a igreja dele (Mt.16:18). Deus comprou a igreja com seu próprio sangue no sentido que ele comprou cada pessoa salva (At.20:28; 1 Co.6:20).
Paulo frisou a importância de procedimento adequado “na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade” (1 Tm.3:15). Embora a igreja não salva, ela tem um papel fundamental na divulgação do evangelho. Devemos valorizar a casa de Deus.
Quando se trata da responsabilidade de participar de uma igreja, uma congregação local, o Novo Testamento não deixa dúvida. Além de muitos exemplos no livro de Atos e referências nas epístolas, encontramos instruções específicas que exigem a nossa participação nas reuniões de uma igreja. O autor de Hebreus claramente condena a atitude de pessoas que deixam de se congregar, porque negligenciam seu papel importante na edificação mútua (Hb.10:23-27).
Outras instruções exigem a nossa participação nas reuniões da igreja para participar da Ceia do Senhor (1 Co.11:17-34; At.20:7), para juntar ofertas (1 Co.16:1-3; At.4:36-37; 5:1-2) e para resolver questões de pecado na congregação (1 Co.5:4-5). Discípulos de Cristo se juntam, também, para cantar hinos de louvor e edificação (Ef.5:19-21) e para ensinar a palavra do Senhor (1 Co.4:26).
Pessoas que negligenciam estas responsabilidades, não participando dos cultos da congregação, desobedecem a Deus. Pecam contra os irmãos e contra o Senhor.
Seja fiel na sua participação em uma congregação local. E não deixe de examinar tudo para verificar que a igreja onde você congrega esteja realmente agradando a Deus em doutrina e prática (1 Tss.5:21-22).

ARREPENDIMENTO

 Oséias pregou no oitavo século a.C., durante os últimos anos do reino de Israel (o reino do norte no período do reino dividido). Ele usou a figura da própria família como pano de fundo para as mensagens de Deus. A mulher de Oséias se tornou adúltera, e teve filhos com seus amantes. Provavelmente só o primeiro era de Oseias.
Oséias, representando Deus, fez de tudo para trazer a sua esposa de volta. Mas, somente depois de estragar a vida e perder basicamente tudo que tinha, ela chegou a se reconciliar com o marido fiel. Ela se envolveu tanto no pecado que achou quase impossível abandoná-lo para voltar ao marido.
No livro de Oséias, Deus fala ao coração de sua amada, mas infiel Israel (2:14).
Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração”.
Como um jovem tentando conquistar o coração de uma moça, Deus atrai a sua esposa traidora e tenta ganhar o amor dela. Ele mostra seu desejo de casar de novo com ela, prometendo cuidar dela como um marido dedicado.
Esta reconciliação não seria fácil. Deus exigia o arrependimento e seus frutos para poder entrar em plena comunhão com o seu povo.
Quando se trata de arrependimento e reconciliação, o livro de Oséias é de grande valor. Usando o capítulo 14, observaremos alguns pontos importantes sobre o arrependimento do homem e a reconciliação com Deus.

O arrependimento que Deus pede:
• Voltar para Deus
14:1Volta, o Israel, para o Senhor, teu Deus, porque pelos teus pecados, estás caído”.
Às vezes, pessoas reconhecem problemas e até erros na vida, mas ainda não voltam ao Senhor.
Mt. 27:3-5 nos mostra um exemplo de remorso, tentativa de desfazer o erro, vergonha e fuga levando ao suicídio.
Então, Judas, que o traiu, vendo que Jesus fora condenado, tocado pelo remorso, devolveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e anciãos dizendo: Pequei, traindo sangue inocente. Eles, porém, responderam: Que nos importa? Isso é contigo. Então, Judas, atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se
• Reconhecer o próprio pecado
14:1.
A tendência de muitas pessoas é jogar a culpa em outros ("eles me fizeram...") ou nas próprias circunstâncias ("aconteceu..."). A volta ao Senhor exige que a pessoa assuma o que fez, reconhecendo o seu pecado.
• Falar palavras de arrependimento
14:2Tende convosco palavras de arrependimento e convertei-vos ao Senhor; dizei-lhe: Perdoa toda iniqüidade, aceita o que é bom e, em vez de novilhos, os sacrifícios dos nossos lábios”.
Obviamente, o pecador que volta ao Senhor deve mostrar frutos do arrependimento (Mt. 3:8produzi, pois, frutos dignos de arrependimento”). Mas, também, deve falar palavras de arrependimento, confessando o seu pecado (1 Jo. 1:9se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”).
• Pedir perdão
14:2.
O pecado ofende. Todos os pecados são ofensas contra Deus. Alguns magoam outras pessoas (familiares, irmãos em Cristo, vizinhos, colegas, etc). Precisamos pedir perdão as pessoas ofendidas (Lc. 17:3-4Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti repreende-o, se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe” ).
• Oferecer serviço e sacrifício ao Senhor
14:2.
O pecador purificado deve exaltar o nome do Senhor (Sl. 51:16-17Pois não te comprazes de sacrifícios; do contrário, eu tos daria. Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”).
• Abandonar outras "soluções"
14:3A Assíria já não nos salvará, não iremos montados em cavalos e não mais diremos às obras de nossas mãos: tu és o nosso Deus; por ti o órfão alcançará misericórdia”.
Israel precisava deixar a sua confiança em:
(a) Alianças com outros povos (Assíria, Egito, etc.);
(b) Força militar (cavalos);
(c) Falsos deuses (obra das nossas mãos).
Nós, também, temos de recusar qualquer solução aos problemas espirituais que não seja de Deus.
• Confiar exclusivamente em Deus
14:3.
Ele é o único Deus e aquele que mostra misericórdia ao órfão.
Se Israel se arrependesse da maneira descrita nesses primeiros três versículos, Deus perdoaria da forma apresentada nos versículos 4 a 8: “Curarei a sua infidelidade, eu de mim mesmo os amarei, porque a minha ira se apartou deles. Serei para Israel como orvalho, ele florescerá como o lírio e lançará as suas raízes como o cedro do Líbano. Estender-se-ão os seus ramos, e seu esplendor será como o dá oliveira, e sua fragrância, como a do Líbano. Os que se assentam de novo à sua sombra voltarão; serão vivificados como o cereal e florescerão como a vide; a sua fama será como a do vinho do Líbano. Ó Efraim, que tenho eu com os ídolos? Eu te ouvirei e cuidarei de ti; sou como o cipreste verde; de mim procede o teu fruto”.
Curar a infidelidade de Israel (14:4). A traição traz conseqüências e seqüelas. Como um marido que perdoa e aceita de volta a sua esposa infiel, Deus age para curar Israel.
Ele ama o arrependido (14:4). O amor de Deus é incompreensível aos homens. Depois de tudo que Israel fez, ele tomou a nação de novo como a sua esposa e mostrou o seu amor para com ela.
Ele ajuda o arrependido a crescer e a produzir fruto (14:5). Jesus perdoou e aceitou Pedro depois deste o negar e lhe deu grandes responsabilidades no reino (Jo.21:15-17). Paulo pediu a ajuda de Marcos depois de tê-lo rejeitado (2 Tm.4:11; At.15:37-39). Deus prepara o servo arrependido para o seu papel no reino do Senhor.
Ele aperfeiçoa o arrependido para que este possa mostrar a sua beleza espiritual e ajudar outros (14:6-7).
Ele não trata o arrependido como os ídolos o fariam (14:8). Os ídolos são impotentes e não trazem nenhum benefício real à pessoa. Deus acolhe o arrependido e cuida dele!
Deus quer te levar ao arrependimento e reconciliação porque Ele te ama.

CRUZ

Gl. 2:19,20Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim..."
Durante os cultos que tivemos na Central, na semana da páscoa, um irmão veio me perguntar sobra o tema "O poder da Cruz" que usamos, preocupado com um foco maior na cruz e não no que ela representa. Pensando nisso e, tendo explicado para o irmão que a cruz apontava para Jesus, não estavamos adorando o objeto, repasso esta meditação que tinha nos meus documentos e nem sei de quem é.
Muitos anticristãos do mundo dariam tudo para conseguir eliminar manifestações públicas da cruz. Já vemos nas repartições públicas um movimento contra qualquer manifestação religiosa. Ainda assim, ela é vista no topo das torres de dezenas de milhares de igrejas, nas procissões, sendo freqüentemente feita de ouro e até ornada com pedras preciosas. A cruz, também, é exibida como uma peça de bijuteria ao redor do pescoço ou pendurada numa orelha ou em qualquer outro lugar.
É preciso perguntarmos através de que tipo estranho de alquimia a rude cruz, manchada do sangue de Cristo, sobre a qual Ele sofreu e morreu pelos nossos pecados se tornou tão limpa, tão glamourizada.
Não importa como ela for exibida, nas igrejas, como joalheria ou como pichação, a cruz é universalmente reconhecida como símbolo do cristianismo – e é aí que reside o grave problema. A própria cruz, em lugar do que nela aconteceu há 19 séculos, se tornou o centro da atenção, resultando em vários erros graves. O próprio formato, embora concebido por pagãos cruéis para punir criminosos, tem se tornado sacro e misteriosamente imbuído de propriedades mágicas, alimentando a ilusão de que a própria exibição da cruz, de alguma forma, garante proteção divina. Milhões, por superstição, levam uma cruz pendurada ao pescoço ou a tem em suas casas, ou fazem "o sinal da cruz" para repelir o mal e afugentar demônios. Os demônios temem a Cristo, não uma cruz; e qualquer um que não foi crucificado juntamente com Ele, exibe a cruz em vão.
Dentro do tema deste ano (O AMOR DO PAI FAZ TODA DIFERENÇA) a cruz de Jesus deve ser bem compreendida, aceita e “carregada” por todos aqueles que amam o evangelho.
Paulo afirmou que a "palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus" (1 Co 1.18). Assim sendo, o poder da cruz não reside na sua exibição, mas sim na sua pregação; e essa mensagem nada tem a ver com o formato peculiar da cruz, e sim com a morte de Cristo sobre ela, como declara o evangelho. O evangelho é "o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1.16), e não para aqueles que usam ou exibem, ou até fazem o sinal da cruz.
O que é esse evangelho que salva? Paulo afirma explicitamente: "venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei... por ele também sois salvos... que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1 Co 15.1-4). Para muitos, choca o fato do evangelho não incluir a menção de uma cruz. Por quê? Porque a cruz não era essencial à nossa salvação. Cristo tinha que ser crucificado para cumprir a profecia relacionada à forma de morte do Messias (Sl 22), não porque a cruz em si tinha alguma ligação com nossa redenção. O imprescindível era o derramamento do sangue de Cristo em Sua morte como prenunciado nos sacrifícios do Antigo Testamento, pois "sem derramamento de sangue não há remissão" (Hb 9.22); "é o sangue que fará expiação em virtude da vida" (Lv 17.11).
Não dizemos isso para afirmar que a cruz em si é insignificante. O fato de Cristo ter sido pregado numa cruz revela a horripilante intensidade da maldade inata ao coração de cada ser humano. Ser pregado despido numa cruz e ser exibido publicamente, morrer lentamente entre zombarias e escárnios, era a morte mais torturantemente dolorosa e humilhante que poderia ser imaginada. E foi exatamente isso que o insignificante ser humano fez ao seu Criador! Nós precisamos cair com o rosto em terra, tomados de horror, em profundo arrependimento, dominados pela vergonha, pois não foram somente a turba sedenta de sangue e os soldados zombeteiros que O pregaram à cruz, mas sim nossos pecados!
Assim sendo, a cruz revela, pela eternidade adentro a terrível verdade de que, abaixo da bonita fachada de cultura e educação, o coração humano é "enganoso... mais do que todas as cousas, e desesperadamente corrupto" (Jr 17.9), capaz de executar o mal muito além de nossa compreensão, até mesmo contra o Deus que o criou e amou, e que pacientemente o supre. Será que alguém duvida da corrupção, da maldade de seu próprio coração? Que tal pessoa olhe para a cruz e recue dando uma reviravolta, a partir de seu ser mais interior! Não é à toa que o humanista orgulhoso odeia a cruz!
Ao mesmo tempo que a cruz revela a malignidade do coração humano, entretanto, ela revela a bondade, a misericórdia e o amor de Deus de uma maneira que nenhuma outra coisa seria capaz. Em contraste com esse mal indescritível, com esse ódio diabólico a Ele dirigido, o Senhor da glória, que poderia destruir a terra e tudo o que nela há com uma simples palavra, permitiu-se ser zombado, injuriado, açoitado e pregado àquela cruz! Cristo "a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz" (Fp 2.8). Enquanto o homem fazia o pior, Deus respondia com amor, não apenas Se entregando a Seus carrascos, mas carregando nossos pecados e recebendo o castigo que nós justamente merecíamos.
Existe, ainda, outro sério problema com o símbolo, e especialmente o crucifixo que exibe um Cristo perpetuamente pendurado na cruz, assim como o faz a missa. A ênfase está sobre o sofrimento físico de Cristo como se isso tivesse pago os nossos pecados. Pelo contrário, isso foi o que o homem fez a Ele e só podia nos condenar a todos. Nossa redenção aconteceu através do fato de que Ele foi ferido por Deus e "sua alma [foi dada] como oferta pelo pecado" (Is 53.10); Deus fez "cair sobre ele a iniqüidade de nós todos" (Is 53.6); e "carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados" (1 Pe 2.24).
A morte de Cristo é uma evidência irrefutável de que Deus precisa, em Sua justiça, punir o pecado, que a penalidade precisa ser paga, caso contrário não pode haver perdão. O fato de que o Filho de Deus teve que suportar a cruz, mesmo depois de ter clamado a Seu Pai ao contemplar em agonia o carregar de nossos pecados ["Se possível, passe de mim este cálice!" (Mt 26.39)], é prova de que não havia outra forma de o ser humano ser redimido. Quando Cristo, o perfeito homem, sem pecado e amado de Seu Pai, tomou nosso lugar, o juízo de Deus caiu sobre Ele em toda sua fúria. Qual deve ser então, o juízo sobre os que rejeitam a Cristo e se recusam a receber o perdão oferecido por Ele! Precisamos preveni-los!
Ao mesmo tempo e no mesmo fôlego que fazemos soar o alarme quanto ao julgamento que está por vir, precisamos também proclamar as boas notícias de que a redenção já foi providenciada e que o perdão de Deus é oferecido ao mais vil dos pecadores. Nada mais perverso poderia ser concebido do que crucificar o próprio Deus! E ainda assim, foi estando na cruz que Cristo, em seu infinito amor e misericórdia, orou: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23.34). Assim sendo, a cruz também prova que existe perdão para o pior dos pecados, e para o pior dos pecadores.
A grande maioria da humanidade, entretanto, tragicamente rejeita a Cristo. E é aqui que enfrentamos outro perigo: é que em nosso sincero desejo de vermos almas salvas, acabamos adaptando a mensagem da cruz para evitar ofender o mundo. Paulo nos alertou para tomarmos cuidado no sentido de não pregar a cruz "com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo" (1 Co 1.17). Muitos pensam: "É claro que o evangelho pode ser apresentado de uma forma nova, mais atraente do que o fizeram os pregadores de antigamente. Quem sabe, as técnicas modernas de embalagem e vendas poderiam ser usadas para vestir a cruz numa música ou num ritmo, ou numa apresentação atraente assim como o mundo comumente faz, de forma a dar ao evangelho uma nova relevância ou, pelo menos, um sentido de familiaridade. Quem sabe poder-se-ia lançar mão da psicologia, também, para que a abordagem fosse mais positiva. Não confrontemos pecadores com seu pecado e com o lado sombrio da condenação do juízo vindouro, mas expliquemos a eles que o comportamento deles não é, na verdade, culpa deles tanto quanto é resultante dos abusos dos quais eles têm sido vitimados. Não somos todos nós vítimas? E Cristo não teria vindo para nos resgatar desse ato de sermos vitimados e de nossa baixa perspectiva de nós mesmos e para restaurar nossa auto-estima e auto-confiança? Mescle a cruz com psicologia e o mundo abrirá um caminho para nossas igrejas, enchendo-as de membros!" Assim é o neo-evangelicalismo de nossos dias.
Ao confrontar tal perversão, A. W. Tozer escreveu: "Se enxergo corretamente, a cruz do evangelicalismo popular não é a mesma cruz que a do Novo Testamento. É, sim, um ornamento novo e chamativo a ser pendurado no colo de um cristianismo seguro de si e carnal... a velha cruz matou todos os homens; a nova cruz os entretêm. A velha cruz condenou; a nova cruz diverte. A velha cruz destruiu a confiança na carne; a nova cruz promove a confiança na carne... A carne, sorridente e confiante, prega e canta a respeito da cruz; perante a cruz ela se curva e para a cruz ela aponta através de um melodrama cuidadosamente encenado – mas sobre a cruz ela não haverá de morrer, e teimosamente se recusa a carregar a reprovação da cruz."
Eis o "x" da questão. O evangelho foi concebido para fazer com o eu aquilo que a cruz fazia com aqueles que nela eram postos: matar completamente. Essa é a boa notícia na qual Paulo exultava: "Estou crucificado com Cristo". A cruz não é uma saída de incêndio pela qual escapamos do inferno para o céu, mas é um lugar onde nós morremos em Cristo. É só então que podemos experimentar "o poder da sua ressurreição" (Fp 3.10), pois apenas mortos podem ser ressuscitados. Que alegria isso traz para aqueles que há tempo anelam escapar do mal de seus próprios corações e vidas; e que fanatismo isso aparenta ser para aqueles que desejam se apegar ao eu e que, portanto, pregam o evangelho que Tozer chamou de "nova cruz".
Paulo declarou que, em Cristo, o cristãos está crucificado para o mundo e o mundo para ele (Gl 6.14). É linguagem bem forte! Este mundo odiou e crucificou o Senhor a quem nós amamos – e, através desse ato, crucificou a nós também. Nós assumimos uma posição com Cristo. Que o mundo faça conosco o que fez com Ele, se assim quiser, mas fato é que jamais nos associaremos ao mundo em suas concupiscências e ambições egoístas, em seus padrões perversos, em sua determinação orgulhosa de construir uma utopia sem Deus e em seu desprezo pela eternidade.
Crer em Cristo pressupõe admitir que a morte que Ele suportou em nosso lugar era exatamente o que merecíamos. Quando Cristo morreu, portanto, nós morremos nEle: “... julgando nós isto: um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou" (2 Co 5.14-15).
"Mas eu não estou morto", é a reação veemente. "O eu ainda está bem vivo." Paulo também reconheceu isso: “... não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço" (Rm 7.19). Então, o que é que "estou crucificado com Cristo" realmente significa na vida diária? Não significa que estamos automaticamente "mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus" (Rm 6.11). Ainda possuímos uma vontade e ainda temos escolhas a fazer.
Então, qual é o poder que o cristão tem sobre o pecado que o budista ou o bom moralista não possui? Primeiramente, temos paz com Deus "pelo sangue da sua cruz" (Cl 1.20). A penalidade foi paga por completo; assim sendo, nós não tentamos mais viver uma vida reta por causa do medo de, de outra sorte, sermos condenados, mas sim por amor Àquele que nos salvou. "Nós amamos porque ele nos amou primeiro" (1 Jo 4.19); e o amor leva quem ama a agradar o Amado, não importa o preço. "Se alguém me ama, guardará a minha palavra" (Jo 14.23), disse o nosso Senhor. Quanto mais contemplamos a cruz e meditamos acerca do preço que nosso Senhor pagou por nossa redenção, mais haveremos de amá-lO; e quanto mais O amarmos, mais desejaremos agradá-lO.
Em segundo lugar, ao invés de "dar duro" para vencer o pecado, aceitamos pela fé que morremos em Cristo. Homens mortos não podem ser tentados. Nossa fé não está colocada em nossa capacidade de agirmos como pessoas crucificadas, mas sim no fato de que Cristo foi crucificado de uma vez por todas, em pagamento completo por nossos pecados.
Em terceiro lugar, depois de declarar que estava "crucificado com Cristo", Paulo acrescentou: "logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim" (Gl 2.20). O justo "viverá por fé" (Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38) em Cristo; mas o não-cristão só pode colocar sua fé em si mesmo ou em algum programa de auto-ajuda, ou ainda num guru desses bem esquisitos.
Muitos cristãos vivem em incerteza semelhante, com medo de que tudo será perdido se eles falharem em viver uma vida suficientemente boa, ou se perderem sua fé, ou se voltarem as costas a Cristo. Existe uma finalidade abençoada da cruz que nos livra dessa insegurança. Cristo jamais precisará ser novamente crucificado; nem os que "foram crucificados com Cristo" ser "descrucificados" e aí "recrucificados"! Paulo declarou: "porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus" (Cl 3.3). Que segurança para o presente e para toda a eternidade!
É isso aí, paz!