29 de set. de 2010

ISSO NÃO PODE!

Sl. 4: 4
Irai-vos e não pequeis; consultai no travesseiro o coração e sossegai”.
“Tremei, mas sem pecar; refleti em vossos corações, quando estiverdes em vossos leitos, e calai”.
“Perturbai-vos e não pequeis; falai com o vosso coração sobre a vossa cama, e calai-vos”.
Irar-se, tremer e perturbar-se sem pecar? Como?
O verbo hebraico ragaz, que no texto primeiro é traduzido como ira, indica comoção.
Pode ser física ou psíquica, mas afeta toda a estrutura humana. Já o verbo jatá, que neste salmo é traduzido como pecar, significa literalmente “errar o alvo”. Quer dizer que cada vez que a ira toma posse do meu ser, queira ou não, “erro o alvo”. Não chego aonde queria chegar e, na maioria das vezes, chego aonde não queria chegar.
O conselho divino é: quando a ira aparecer e estiver afetando física e mentalmente, “consultai no travesseiro o coração e sossegai”. Nada melhor para o problema da ira do que esperar pelo dia seguinte.
Não posso “errar o alvo”, me machucando ou machucando o próximo, abrindor feridas no coração das pessoas que amo e que estão à minha volta. Preciso medir minhas palavras. Pensar nas conseqüências de atos impulsivos. Não posso evitar sentir a ira. Isso é natural, pois sou humano.
Quando alguém me contraria, faz algo indevido contra mim ou me ataca, é natural que isso altere o meu ser. Mas devo seguir o conselho divino.
Este mesmo conselho é encontrado em Ef. 4:26. Lá a expressão “não se ponha o sol” tem o mesmo sentido de “consultar o coração no travesseiro”. Mas no verso 27 um alerta é dado “não deis lugar ao diabo”.
Quando a ira me domina, o diabo ganha território. Isso não pode!


28 de set. de 2010

ENCONTRÁ-LO É O MEU MAIOR DESEJO, E DELE TAMBÉM!

Meditando no Sl. 2, me chamou a atenção o verso 3: "Rompamos as suas ataduras e sacudamos de nós as suas cordas”.
Uma atitude de rebeldia, desprezo, independência de Deus. A mesma atitude que vejo hoje para com Jesus Cristo, Sua obra na cruz e a nova vida que Ele oferece.
Não pude deixar de pensar em como o Pai ficou triste e ainda fica quando é desprezado, não por Ele, pois é Deus, mas por nós, simples humanos, insignificantes, que acreditamos poder viver bem sem Ele, que loucura.
Me lembrei de Os. 11:1-4Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei a meu filho. Quanto mais eu os chamava, tanto mais se afastavam de mim; sacrificavam aos baalins, e queimavam incenso às imagens esculpidas. Todavia, eu ensinei aos de Efraim a andar; tomei-os nos meus braços; mas não entendiam que eu os curava. Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas, e me inclinei para lhes dar de comer”.
Este texto mostra um Deus exortando a um povo rebelde e insubmisso, mas que revela nas suas entrelinhas um Deus que procura um povo apaixonado e que busque sua intimidade com intensidade e desejando O encontrar. Ele deseja ser achado.
Este desejo divino pode ser visto em outros textos bíblicos.
Jeremias diz: “buscar-me-eis e me achareis quando me buscarem de todo vosso coração”.
Isaias diz: “buscai ao Senhor enquanto se pode achar
O salmista  diz: “busquem, busquem continuamente a face do Senhor”.
Amós diz: “buscai ao Senhor e vivei”.
Todos, profetas, salmistas, homens que viveram intensamente a vida com Deus deixam uma dica: Busquem a Ele…
388 vezes a Bíblia registra a necessidade e o valor do clamor.
Jr. 33:3 diz: “clama a mim e te ouvirei…”.
O texto de Oséias mostra um Deus buscando ao homem, o atraindo, o tentando laçar com cordas de amor. Isso é maravilhoso. O Todo poderoso, teceu com suas próprias mãos cordas de amor, laços eternos, para conquistar o coração do homem.
A passagem diz sobre o cuidado de Deus, sobre sua atenção a Israel quando menino.
Vejo aqui um Deus atencioso, cuidadoso, carinhoso, que deseja me "prender" com cordas de amor, laços de vida.
Não há como não se emocionar imaginando um Deus tão maravilhoso assim, que ama, cuida, protege, e me amarra a Ele com amor.
Não tem como chegar a um relacionamento como esse com Deus e simplesmente deixá-lo. Não, cada dia tem que ser mais intenso mais profundo e eu digo ao Senhor aperta mais forte seus laços de amor sobre mim, para que eu não tenha a menor chance de escapar, mas infelizmente às vezes escapo…
• Escapo quando desvio o meu olhar Dele e dou o primeiro lugar do meu coração a outro, seja pessoa, seja sonho, seja qualquer coisa…
• Escapo quando deixo o pecado me laçar…
• Escapo quando deixo a mornidão ou a frieza tomar o lugar do primeiro e único amor…
• Escapo quando a santidade é um fardo para mim e não uma busca prazerosa para agradar a Deus…
• Escapo quando prefiro ouvir a voz dos “amigos” do que ao Espírito…
• Escapo quando permito que religião, tradição, determine minhas decisões e meus passos...
São tantas as maneiras de escapar do amor de Deus, mas quando verdadeiramente deixo Ele me tocar, e recebo esse toque de uma maneira tão intensa e profunda jamais sou o mesmo. Preciso sentir suas cordas de amor em mim, preciso sentir todos os dias Sua presença, Seu toque, Sua voz, Seu aconchego. Preciso Dele por perto e nada mais é tão importante quanto à pessoa de Jesus.
Deus quer levantado jovens, homens, mulheres, crianças, velhos apaixonados, sedentos que desejam viver uma vida de intensidade com Deus, uma vida avivada, uma vida de santidade, uma vida que vai na contra mão do mundo, mas na direção de Deus, do Seu propósito, do Seu chamado, uma geração que busca incansavelmente o avivamento, a presença real de Deus.
Festas? Terei muitas.
Diversão? Mais ainda.
Mas meu alvo é andar tão perto do Senhor, com Suas cordas tão justas em mim que minha vida, trabalho, amigos, festas, diversão jamais serão as mesmas, e minha oração e adoração terão um nível tão intenso que verei de perto o Avivamento em minha vida, casa, igreja, vila, cidade…
Apaixonado…
Santo…
Fiel...
Vivendo uma paixão intima com meu Senhor Jesus…
Fazendo discípulos, impactando o mundo, fazendo história.

10 de set. de 2010

DESATANDO AS AMARRAS ESPIRITUAIS


Na caminhada cristã, forças espirituais querem me impedir de caminhar vitoriosamente.
Tenho que lutar comigo mesmo e vencer para manter a fé, pois muitas vezes, a fé é contrária a razão e tenho que lutar contra meus próprios pensamentos e sentimentos para me sustentar nela.
 “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” (I Co 2:14)
Tenho que lutar em relação às outras pessoas para crer, lutar para não deixar parentes me influenciar a desistir de seguir a Cristo da maneira bíblica.
 “Então, sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre.” (Jó 2:9) Como a esposa de Jó tentou desesperadamente influenciá-lo a desistir de sua fé, assim também acontece com pessoas que amo as quais se deixam usar pelo inimigo com este fim. Ainda, as pessoas podem me chamar de loucos por me dedicar á leitura e obediência da Palavra de Deus, assim como aconteceu com Paulo.
 “Dizendo ele estas coisas em sua defesa, Festo o interrompeu em alta voz: Estás louco, Paulo! As muitas letras te fazem delirar!” (At 26:24)
Prosseguir na carreira cristã é um desafio tremendo, pois além de lutar contra eu mesmo, contra as argumentações contrárias de pessoas que amo, tenho, ainda, que lutar contra o inimigo da minha alma.
 “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar.” (I Pe 5:8)
Quanto "nó". O que fazer?
Primeiro não devo carregar um fardo de culpas e acusações.
 “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Fp 3:12-14).
Paulo dá uma dica interessante, ele diz: “... uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam...” Meu passado não pode determinar meu presente nem meu futuro. Tenho coisas do passado que me machucaram, que marcaram e que tenho até vergonha, mas preciso deixar no passado. O inimigo é como um advogado de acusação e fica sempre jogando na cara meu passado.
 “Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus.” (Ap 12:1)
Sabendo que a acusação vem dele, então eu devo me defender e não aceitar, pois minha culpa foi expiada por Jesus.
Segundo preciso compreender e liberar o perdão aos que me machucaram no passado. Geralmente quando penso no perdão e absolvição, logo relaciono com o benefício gerado, isto é, que a pessoa perdoada absolvida é beneficiada, quando muitas vezes não merece a absolvição, pois de fato é culpada. Aqui reside a dificuldade de perdoar. O principal beneficiado no processo da liberação de perdão é o próprio ofendido, pois perdoando o ofensor receberá o perdão de Deus (Mt 6:14-15). Perdoando eu me livro das amarras espirituais.
A quem perdoais alguma coisa, também eu perdoo; porque, de fato, o que tenho perdoado por causa de vós o fiz na presença de Cristo; para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios.” (II Co 2:10-11)
 É preciso resolver o passado para deixá-lo no passado e prosseguir, para que o inimigo não alcance vantagem em mim.
Deus não constrói sobre sentimentos negativos, Deus constrói sobre a fé. Deus constrói sobre a visão de possibilidades.
Ficar ligado ao passado, argumentando coisas negativas limita Deus em minha vidas. Preciso lutar comigo mesmo e vencer, lutar contra os argumentos negativos das pessoas e vencer, lutar contra Satanás e caminhar em direção a vitória.

ELE SE APROXIMA

Jo. 14:30: “Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo e nada tem em mim”.
Tentação, quem não a enfrenta? Quem nunca foi? Quem jamais será?
Sim, de todos os tipos e de todas as formas. Indo de realidades subjetivas as mais grotescas vontades.
Por isto não é de admirar que Jesus tenha nos mandado vigiar e orar para não “cair em tentação”. E com este “cair em…”, Ele revela que a tentação tem suas estações. Ora, esta “estação das tentações” têm a ver com as dinâmicas psiquicas de nosso ser, conforme também aconteceu com Jesus.
Na fome, na necessidade de afirmação e no desejo de cumprir Sua missão, a tentação veio como indução para transformar pedras em pães (fome), como impulso para resolver quem Ele era aos olhos de todos de uma vez (Pináculo) e como uma "queima de etapas", sobretudo a etapa da Cruz (o Monte Alto).
Portanto, quando Ele mandou orar para evitar a tentação, com isto não ensinava nem a devoção neurótica (orar contra a tentação), nem a atitude paranóica (poderei ser atingido pela tentação a qualquer momento). 
O que Ele ordena é que se encha a mente de oração, de comunhão com Deus, de tal modo que o pensar não é de si para si, mas acontece em Deus, vivendo assim em permanente estado de conferência com Ele; em tudo. 
Assim, uma das maiores prevenções contra a tentação é "não ter nada com o tentados, o diabo".
Colocar as "coisas" da terra sobre aquilo que é eterno, é o que abre o espaço para o inimigo.
Nada tem em mim, dentro de mim, pra mim, somente Jesus, esse sim!
Paz! 

LUZ, VIDA, AÇÃO

Jo. 14:21 "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele".

Se eu quero que Jesus se manifeste na minha vida, preciso, primeiro ser alcançado pelo Seu amor.
Para ser alcançado pelo Seu amor, preciso experimentar o amor de Deus Pai.
Para experimentar esse amor infinito, preciso amá-lo incondicionalmente.
Bom, até aqui tudo bem, estou na esfera do amor, sentimento bonito e gostoso. Mas, "pera aí". Falta algo: Obediência. Amar é obedecer. Amar é ação, prática, vida!
É isso aí, paz!

8 de set. de 2010

ANDAR NO TEMPO DE DEUS




Jo. 7:6Ele respondeu: A minha hora não chegou, mas para vocês qualquer hora serve”.
A festa dos tabernáculos era sempre celebrada no décimo quinto dia do sétimo mês, Tishrei (setembro - outubro) e durava oito dias.
A festa era uma comemoração do tempo em que a nação de Israel morava em tendas durante sua perambulação no deserto. Êx. 23:16 indica que a festa era também para comemorar a colheita. Era uma das três festas que cada judeu masculino era obrigado a assistir.
Os “irmãos” de Jesus mencionados no vs. 3 são filhos de Maria, tendo José por pai.
Lc. 2:7 fala de Cristo como filho primogênito de Maria, indicando que ela tinha outros filhos. Estes irmãos nunca estão chamados “primos” do Senhor, como alguns ensinam, tentando provar a “virgindade perpétua” de Maria. Os irmãos de Cristo não criam nele naquele tempo, embora At. 1:14 indica que depois da ressurreição, O receberam.
Cristo vivia segundo o tempo de Deus.
O incrédulo vai e vem como quer, mas o filho de Deus tem que deixar o Senhor guiá-lo.
Como é triste que os irmãos de Cristo o deixassem para trás para subir a uma festa religiosa!
Fil 4.6-7Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”.
1 Pe 5.6-8Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge, procurando alguém para devorar”.
Quando não andamos no “tempo de Deus” ficamos ansiosos.
Ansiedade significa um desejo desesperado por ter ou fazer alguma coisa; estado emocional angustiante em que se prevêem situações desagradáveis, reais ou não; agitação causada por situações de medo ou incerteza.
A alma é o campo de batalha preferido de Satanás, e é exatamente nesta área que ele trabalha querendo assumir o controle da vida das pessoas, implantando seus sentimentos. Ele anda ao derredor como um leão procurando a quem possa tragar, e sua vítima preferida é o ansioso.
Devemos exercer autoridade dominando a ansiedade, pois não há meio termo, ou nós a dominamos ou somos dominados por ela.
Aquele que vive ansioso é presa do abatimento.
Pv 12.25 A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra.”
Abatimento significa fraqueza, e é um sinal de quem já entregou os pontos.
També, o ansioso pode ficar cego e estéril.
I Sm 1.5 e 16A Ana, porém, dava porção dupla, porque ele a amava, ainda mesmo que o Senhor a houvesse deixado estéril. Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial; porque pelo excesso da minha ansiedade e da minha aflição é que tenho falado até agora”.
O desejo desesperado de se livrar de uma situação, fez com que Ana não enxergasse que era duplamente abençoada por seu marido. A ansiedade traz a ingratidão através de atitudes de desprezo, pois faz perder o foco e não perceber que somos abençoados em outras áreas.
Fica impaciente.
Pv 20.21A riqueza que é ganha facilmente não faz bem a gente”.
Jacó causou problemas na família, Saul perdeu o reino, Abrão teve um filho com a escrava, Jefté fez um voto de tolo e sacrificou a própria filha, o filho pródigo teve pressa em receber a herança. Todos tinham a benção garantida, mas a ansiedade lhes roubou o discernimento os fez viver fora do tempo e da vontade de Deus.
Precisamos dominar a ansiedade. Como?
Colocar a vida espiritual em ordem.
Mt 6.33 buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas
Dn 6.32 “...o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer
Quando buscamos o reino em primeiro lugar, temos domínio para vencer o mundo e não ser dominado por ele.
Confiar nos cuidados de Deus.
1 Pe 5.7lançando sobre ele toda vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.
Mt 6.32 “... pois o vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas;”
A fé nos faz vencer o maior desafio do homem que é conseguir confiar em Deus.
Aprender a viver no tempo de Deus.
Sl 104:27Todos esperam de ti, que lhes dês o seu sustento em tempo oportuno.”
Nós temos que andar no tempo de Deus, e aprendermos que no momento certo (nem antes e nem depois) aquele que há de vir virá e não tardará...
A Bíblia nos ensina a viver o dia hoje (basta a cada dia o seu mal), porque o amanhã está nas mãos do Senhor e Ele levará a bom termo todas as coisas.
Apresente ao Senhor as tuas necessidades, fique em paz e saiba que se não aconteceu hoje, vai acontecer amanhã porque Ele nunca chega atrasado.


O PERIGO NOS RODEIA



Lc. 21:9-13Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não vos assusteis; pois é necessário que primeiro aconteçam estas coisas, mas o fim não será logo. Então, lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino, contra reino; haverá grandes terremotos, epidemias e fome em vários lugares, coisas espantosas e também grandes sinais do céu. Antes, porém, de todas estas coisas, lançarão mão de vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome; e isto vos acontecerá para que deis testemunho.”

Ser cristão, em vários lugares do mundo, não é fácil. Mais de 200 milhões de cristãos enfrentam intensa perseguição neste momento. Mais de 250 milhões sofrem alguma forma de discriminação, sendo os governos comunistas e alguns regimes islâmicos os responsáveis mais flagrantes.
O problema está se espalhando pelo mundo todo rapidamente. O aumento da perseguição ao redor do mundo é um sinal para os cristãos ficarem alertas quanto ao chamado de Deus para a Igreja e para cada um de nós.
Segundo a Portas Abertas, um em cada três cristãos sofre perseguição. Em cada dez pessoas do mundo uma é um cristão perseguido.
Por estarmos no Brasil, achamos que esta perseguição nunca nos alcançará, mas não é bem assim.
No Congresso Brasileiro, tramitam projetos de lei que, se forem aprovados, dificultarão muito a vida dos verdadeiros cristão. Precisamos orar a respeito.
Vejamos:
-Projeto nº 299/99 – Altera o código brasileiro de telecomunicações (Lei 4.117/62). Se aprovado, reduziria programas evangélicos no rádio e televisão há apenas uma hora.
-Projeto nº6. 398/05 – Regulamenta a profissão de Jornalista. Contêm artigos que estabelecem que só poderá fazer programas de rádio e televisão, pessoas com formação em JORNALISMO. Isso significa que pastores sem a formação em jornalismo não poderão fazer programas através desses meios.
-Projeto nº 1.154/03 – Proíbe veiculação de programas em que o teor seja considerado preconceito religioso. Se aprovado, será considerado crime pregar sobre idolatria, feitiçaria e rituais satânicos. Será proibido que mensagens sobre essas práticas sejam veiculadas no rádio, televisão, jornais e internet. A verdade sobre esses atos contrários a Palavra de Deus, não poderá mais ser mostrada.
-Projeto nº 952/03 – Estabelece que é crime atos religiosos que possam ser considerados abusivos a boa-fé das pessoas. Convertido em Lei, pelo número de reclamações, pastores serão considerados "criminosos" por pregarem sobre dízimos e ofertas.
-Projeto nº 4.270/04 – Determina que comentários feitos contra ações praticadas por grupos religiosos possam ser passíveis de ação civil. Se convertido em Lei, as Igrejas Evangélicas ficariam proibidas de pregar sobre práticas condenadas pela Bíblia Sagrada, como espiritismo, feitiçaria, idolatria e outras. Se o fizerem, não terão direito a se defender por meio de ação judicial.
-Projeto de nº 216/04 – Torna inelegível a função religiosa com a governamental. Significa que todo pastor ou líder religioso lançado a candidaturas para qualquer cargo político, não poderá de forma alguma exercer trabalhos na igreja.
-Reforma Constitucional – Mudanças no texto da Constituição que garantem a liberdade de culto. Se aprovadas, fica proibido culto fora das igrejas (evangelismo de rua), cultos religiosos só com portas fechadas

-Projeto de nº 122/06 - Pastores que forem presos por pregar sobre práticas condenadas pela Bíblia Sagrada (homossexualismo, idolatria e espiritismo), não terão direito a se defender por meio de ação judicial.
Alguns artigos do projeto de lei 122
Art. n.º 8 - A Impedir ou restringir a expressão e a manifestação de afetividade em locais públicos ou privados abertos ao público, em virtude das características previstas no art. n.º 1 desta Lei: Pena: reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
“Art. n.º 8 - B. Proibir a livre expressão e manifestação de afetividade do cidadão homossexual, bissexual ou transgênero, sendo estas expressões e manifestações permitidas aos demais cidadãos ou cidadãs: Pena: reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos
n.º 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero.
Também está no Congresso o PNDH (Plano Nacional de Direitos Humanos) enviado pelo presidente Lula onde o aborto é legalizado totalmente (descrinimização) e o casamento de pessoas do mesmo sexo é autorizado. Uma espécie de "censura" contra os meios de comunicação é estabelecido.
Todas essas leis estão parando na bancada evangélica. Este ano tem eleição. Temos que dar prioridade aos candidatos com princípios morais e bíblicos (nem sempre os chamados evangélicos tem esses princípios) e ajudá-los a ser maioria e impedir que tais leis absurdas e sem noção sejam aprovadas. Mas acima de tudo, devemos orar, clamar como Neemias orou ao Senhor.

POR JESUS QUEBRO MEU VASO DE ALABASTRO

Jo. 12:3: “Então Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus, e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do bálsamo”.
Mac. 14: 3 a 9 E Mt. 26: 6-13 contam também este fato.
Jesus pagou o preço para salvar você, esperando que sua resposta ao amor que Ele mostrou por nós, seja a entrega total de vida a Ele. Como tem sido sua resposta? Você tem respondido de maneira satisfatória ao amor que Ele lhe tem dado?
Três atitudes nesta história para ajudar nossos raciocínios:
1- A atitude de Maria quebrando o alabastro caríssimo para ungir Jesus.
Quebrou o frasco e derramou o perfume muito caro, nardo puro
Derramou sobre a cabeça de Jesus
A casa encheu-se com a fragrância do perfume
2 - A atitude dos discípulos “liderados por Judas” censuram-na fazendo uma avaliação equivocada do seu gesto.
Por que este desperdício? Poderia se fazer coisa melhor com aquele valioso perfume.
Duas razões para este equívoco:
Mundanismo explícito - representado pela atitude de Judas Iscariotes, que era tesoureiro ladrão. Para ele, que nunca chamou Jesus de Senhor, até a água derramada sobre Ele seria desperdício. Na estimativa do mundo, o serviço do Senhor e a entrega de nós mesmos a Ele, para o Seu serviço, é um desperdício completo. Ele nunca foi amado, nunca teve lugar nos corações do mundo, de modo que qualquer coisa dada a Ele é um desperdício. O mundo sempre pensa desta forma. Por que derramar todo este valor aos pés de Jesus? Você não poderia fazer alguma coisa melhor com sua vida do que derramá-la aos pés dEle? Para o mundo dar-se inteiramente ao Senhor é ir longe demais!
Entretanto Judas não é nosso maior problema, pois, é muito fácil para nós, nos descartarmos do mundanismo.
Mais preocupante são os outros cristãos, que deveriam compreender completamente o gesto de Maria. Vemos, contudo, que os outros discípulos disseram a mesma coisa que Judas e, além disto, ficaram perturbados e muito indignados com o acontecido.
Esses são os cristãos com valores de utilidade, que pensam em obter tudo quanto puderem com o menor esforço possível, e cristãos ativistas para quem o fazer é o principal.
Cristãos que, equivocadamente se motivam pelo serviço e não pelo Senhor. Para estes, alguém derramar-se aos pés do Senhor é desperdício.
Devemos tomar muito cuidado com nosso foco, pois, isto empobrece e enfraquece tremendamente nossa relação com o Senhor.
O Senhor Jesus Cristo não merece que cometamos tal equívoco.
3 – A atitude de Jesus defendendo-a veementemente e prometendo um incrível registro mundial e para sempre.
Porque Jesus fez isto? O que Ele viu numa atitude aparentemente tão simples?
Ele viu um princípio fundamental da Vida, por isso registrá-lo para sempre.
Qual é o segredo? Ao aprovar a ação de Maria, o Senhor Jesus estava estabelecendo um princípio como base de toda a nossa relação com Ele: que derramemos tudo o que somos e temos para Ele. O mais importante não é se os pobres são ou não ajudados. O mais importante é: O Senhor ficou satisfeito?
A primeira preocupação do Senhor é com nossa posição aos Seus pés e com a nossa atitude de ungir Sua cabeça ou Seus pés, seja com o que for que tivermos como “vaso de alabastro”. A coisa mais preciosa, a coisa mais querida para nós no mundo - sim tudo quanto pudermos oferecer a partir de uma vida vivificada pela própria Cruz – devemos dar ao Senhor. Jesus quer nos ver empolgados por Ele, e não pelo serviço em si.
Por que Jesus disse que o gesto de Maria seria contado em toda a parte para sempre? Porque este é o resultado que o Evangelho procura produzir. Pessoas que derramam tudo que tem, e o que são para satisfazer a Deus. O Evangelho não é apenas para satisfazer os pecadores. O Evangelho é pregado em primeiro lugar, para que o Senhor possa ficar satisfeito. Foi para isto que Jesus quis pagar o preço para salvar você, para que em primeiro lugar Deus ficasse satisfeito.
Ela praticou boa ação para comigo este é o ponto crucial para o Senhor.
O coração do Filho de Deus experimenta real satisfação somente quando nos entregamos a Ele, de tal maneira que, segundo uns diriam, estamos sendo desperdiçados - dando muito recebendo pouco - só procurando agradar a Deus. O Senhor espera ouvi-lo dizer: agradar-Te tão somente é o que me basta Senhor.
Jesus pagou o preço para salvar você querendo ver você amando-O assim.
Judas Iscariotes desrespeitou-O porque era hipócrita.
Os discípulos erraram por tomar princípios errados.
Maria acertou porque focou a Pessoa de Jesus. Ela estava bem consciente de Quem Ele era. Ela sempre deu a Ele sua melhor atenção. Veja-a, por exemplo, assentada aos Seus pés ouvindo Sua Palavra em Lc. 10:39. Ela também viu Jesus ressuscitar seu irmão Lázaro, entendendo que Ele era o Senhor Todo Poderoso. Portanto, ela sabia muito bem a Quem estava dedicando sua vida.
Faça o mesmo: conheça-O como ela fez, para que você tenha consciência de que vale a pena derramar sua vida aos pés dEle, sem nenhuma contenção como é do agrado dEle. Lembre-se, Jesus pagou o preço para que esta entrega de vida lhe fosse possível. Vamos lá?

GRÃO DE TRIGO



Jo. 12: 24-26: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto. Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna. Se alguém me serve, siga-me, e onde eu estiver ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará”.
Um grão de trigo contém principalmente dois produtos: o amido e o glúten.
O amido é um produto de reserva para a semente. Serve para o desenvolvimento do gérmen na altura da germinação, o amido é energia concentrada. Ele contém açúcares.
O glúten é uma proteína. Se você pudesse provar alguns grãos de trigo, mastigando durante algum tempo vai perceber que restará algo como uma pastilha elástica!
A explicação? Quando você mastiga, a sua saliva elimina o amido dos grãos, ficando apenas o glúten, uma matéria elástica. É o glúten que dá flexibilidade ao miolo do pão e às massas depois de cozidas.
A qualidade de um grão de trigo depende do seu teor de proteínas (o glúten). A qualidade das proteínas varia de acordo com a variedade de trigo utilizada.
- Se o grão for rico em glúten, é reservado ao fabrico de farinha de padeiro.
- Se o grão for pobre em glúten, é utilizado em pastelaria.
- As variedades de qualidade média são reservadas para a alimentação animal. O trigo mole tem um grão farinhoso, rico em amido. Serve para fazer pão (indústria de panificação) e bolachas.
O trigo duro tem um grão rijo. É utilizado no fabrico de sêmola e massas. Moer o grão é uma atividade tão antiga como cultivar o trigo: as duas atividades sempre andaram ligadas.
O cristão grão de trigo deve ter amido e glúten.
Ele deve ser doce e maleável!
Doce para atrair outra pessoas, frutífero e maleável para suportar as circunstâncias adversas sem se quebrar. Deve ser um trigo mole e não duro.
Pronto para morrer para o seu “eu”.
Só um grão de trigo?
Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas; se morrer, produz muito fruto” (João 12: 24)
Quantas vezes já ouvimos essa Palavra? Quantas vezes já ouvimos falar que é preciso morrer para frutificar.
Deixar que o grão caia na terra e morra nos parece tão doloroso, tão sacrificante.
Esquecemos que exatamente para isso é o grão. Para ser colocado na terra.
Não há dor em ser o que devemos ser, por mais que pareça que sim.
É difícil escutar que quem tenta segurar sua vida a perde, mas é isso mesmo que acontece.
Um grão é apenas um grão se não for plantado.
Pense na semente. Se ficarmos com uma semente em nossas mãos, o que acontecerá com ela? Secará, perderá o poder de gerar vida.
É difícil para nós perdermos o controle das coisas e situações. É difícil aceitar que nossas estratégias nem sempre são as melhores, ou até mesmo as certas. Mas, como sempre, o Senhor nos dá liberdade de escolha: plantar pouco, para colher pouco. Plantar muito para colher muito. Plantar.
Talvez a maior dificuldade do homem é plantar a semente. Aceitar que fora de suas mãos ela vai reagir, frutificar. Se desprender da semente para poder ser uma árvore que dá muitos frutos. Esse é o chamado de Deus para nós.
Podemos passar a nossa vida inteira com a semente na mão, pensando no que poderia nascer dela, pensando nas possibilidades que poderíamos viver. Ou, então, lançar na terra e ter coragem de viver tudo que ela frutificar.
Os sonhos de Deus para nós são infinitamente mais do que podemos pensar ou até mesmo pedir. Imagine o que você mais gostaria na vida, seus sonhos, seus projetos, suas expectativas.
Os sonhos de Deus são INFINITAMENTE maiores, para quem tem coragem de "se lançar" como semente na terra. Em 2 Co. 9: 10 está escrito: “Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça”.
Por que tememos lançar na terra a semente que Deus nos deu se Ele mesmo promete cuidar para que ela nasça e gere vida pelo Espírito, gerar mais e mais sementes para serem plantadas e gerarem mais e mais sementes. Mais presença de Deus, mais Reino aqui na terra.
A cada semente plantada uma multidão de pessoas é alcançada pelo Senhor. Cada vez que decidimos lançar a semente na terra, o Espírito tem, mais liberdade em nossas vidas. E mesmo que agora pareça morta, mesmo que pareça que a terra engoliu a semente e não vai devolver… espere. Logo a árvore estará aí e teremos muito mais sementes para plantar.

AMIZADE PERIGOSA


Jo. 11: 3Mandaram, pois, as irmãs de Lázaro, dizer a Jesus, está enfermo aquele a quem amas”.
Lázaro, amigo do Senhor  não fazia parte do restrito círculo dos discípulos, nem seguia a Jesus em suas peregrinações, tinha duas irmãs, Marta e Maria. Vivia em Betânia, uma aldeia incrustada nas encostas orientais do monte das Oliveiras, no limite do deserto de Judá. Com seus cerca de três quilômetros de distância de Jerusalém, representava a última paragem para quem vinha de Jericó, subindo para a cidade.
Como se sabe, o Senhor não tinha morada fixa. A casa de Lázaro representava seu refúgio quando se encontrava por aqueles lados, entre a Galiléia e a Judéia.
Marta, o "motor" da casa, procurava servi-lo. Maria, a outra irmã de Lázaro, quando Jesus chegava largava tudo para se agachar ao lado dele e não perdia uma vírgula do que dizia.
Os fatos que dizem respeito a ele acontecem dois meses depois da festa da Dedicação, que caía no final de dezembro, e lembrava a consagração do Templo feita por Judas Macabeu em 164 a.C. Era chamada também "festa das luzes", devido às grandes tochas que eram acesas e ao espírito nacionalista que a permeava. Devia, portanto, ser entre final de fevereiro e início de março do ano 30.
Jesus se encontrava naquele momento na Transjordânia, chamada na época Peréia, precisamente onde João Batista ministrara seu batismo, e pretendia ficar lá por algum tempo.
É ali que recebe a triste notícia, enviada por Marta e Maria, da doença de Lázaro.
Uma doença gravíssima, ao que tudo indica, uma vez que as duas jovens exigiam sem demora a presença do Senhor ao lado do irmão delas. Peréia ficava a pouco mais de um dia de viagem.
O comportamento do Senhor pegou a todos de surpresa. Esperava-se que aquela grande amizade, aquele grande amor pelos três irmãos compelisse Jesus a ir correndo para a casa de Betânia. Mas isso não aconteceu. Quando o Senhor "soube que este se achava doente, permaneceu ainda dois dias no lugar em que se encontrava; só depois, disse aos discípulos: ‘Vamos outra vez até a Judéia!’".
Nesta altura, deve-se considerar um fato de grande importância: pôr os pés na Judéia naquele momento significava praticamente aproximar-se de Jerusalém, visto que Betânia ficava só a três quilômetros da cidade. Ou seja, era ir ao covil dos inimigos de Jesus. Os discípulos se alarmaram e manifestaram abertamente sua angústia: "Rabi, há pouco os judeus procuravam apedrejar-te e vais outra vez para lá?".
A que se referiam exatamente os discípulos? Referiam-se ao fato de que, dois meses antes, Jesus, interrompendo sua peregrinação pela Judéia, fora a Jerusalém para continuar lá seu ministério, justamente durante "a festa das luzes", que, como já foi mencionado, acendia e não pouco o espírito nacionalista dos judeus. E a sua presença na cidade logo foi percebida, a ponto de se tornar objeto de particular atenção e vigilância por parte das autoridades supremas do judaísmo, que o tinham em sua "mira" havia um bom tempo.
Não dá para entender até o fundo o amor por Lázaro sem lembrar a que ponto Ele se arriscava aproximando-se de Jerusalém. Jesus então disse: "Nosso amigo Lázaro dorme, mas vou despertá-lo". Palavras que confirmaram os discípulos no erro, considerando o fato de que Jesus, ante a notícia da doença do amigo, a havia definido como não mortal. E sobretudo porque ficou onde estava por mais dois dias, em vez de correr à cabeceira do amigo. Os discípulos então responderam: "Senhor, se ele está dormindo, vai se salvar ".
Não dizem "vai acordar", mas "vai se salvar". Havia um motivo: a medicina no tempo de Jesus considerava o sono profundo sintoma de que o organismo estava reagindo contra a doença e que doença começava a ir embora. "Então Jesus lhes falou claramente: ‘Lázaro morreu. Por vossa causa, alegro-me de não ter estado lá, para que creiais. Mas vamos para junto dele’".
Aí os pobres discípulos não entenderam mais nada. Lázaro estava morto, portanto não havia mais motivo de ir vê-lo. Ainda mais pelo fato de que ir à Judéia significava enfiar-se no covil dos fariseus e dos sumos sacerdotes. Pobrezinhos: estavam entre o medo terrível de arriscar a própria pele entre os inimigos vingativos e a dedicação absoluta a Jesus, que parecia irremovível da idéia de viajar. Tomé tentou convencer seus amigos, evidenciando porém sua total desconfiança quanto ao resultado final: "Vamos também nós, para morrermos com ele!". Todos, então, partiram para Betânia, chegando em um só dia.
Entre os judeus, os mortos eram sepultados no mesmo dia em que morriam.
Pensava-se que a alma do defunto vagueava por três dias ao redor do corpo, esperando penetrar de novo nele, mas, no quarto dia, começando a decomposição, ela se afastava para sempre. As visitas dos parentes e amigos para as condolências se prolongavam por sete dias, mas eram mais numerosas nos primeiros três dias. Os visitantes exprimiam seus pêsames primeiro com o típico barulho oriental, gritando e lamentando, chorando, rasgando as vestes e, por fim, permanecendo algum tempo sentados no chão em profundo silêncio.
Quando Jesus chegou, as duas irmãs estavam rodeadas de visitas que foram lhes dar os pêsames. Marta foi primeiro ao encontro de Jesus, depois Maria também foi, seguida pelas visitas. Depois de trocar poucas palavras com as irmãs e ver todas aquelas pessoas desoladas e chorando, "Jesus comoveu-se e ficou conturbado", como um homem vivo e verdadeiro, capaz de experimentar os mesmos sentimentos que todos os outros homens. "E perguntou: ‘Onde o colocastes?’. Responderam-lhe: ‘Senhor, vem e vê!’. Jesus chorou.
Diziam, então, os judeus: ‘Vede como ele o amava!’. Alguns deles disseram: ‘Esse, que abriu os olhos do cego, não poderia ter feito com que ele não morresse?’. Comoveu-se de novo Jesus e dirigiu-se ao sepulcro. Era uma gruta, com uma pedra sobreposta. Disse Jesus: ‘Retirai a pedra!’. Marta, a irmã do morto, disse-lhe: ‘Senhor, já cheira mal: é o quarto dia!’. Disse-lhe Jesus: ‘Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?’.
Retiraram, então, a pedra. Jesus ergueu os olhos para o alto e disse: ‘Pai, dou-te graças porque me ouviste. Eu sabia que sempre me ouves; mas digo isso por causa da multidão que me rodeia, para que creiam que me enviaste’. Tendo dito isso, gritou em alta voz: ‘Lázaro, vem para fora!’. O morto saiu, com os pés e mãos enfaixados e com o rosto recoberto com um sudário. Jesus lhes disse: ‘Desatai-o e deixai-o ir embora’".
Os túmulos palestinos no tempo de Jesus não ficavam muito longe dos lugares habitados, ou mesmo na sua periferia. Os túmulos das pessoas de um certo nível normalmente eram escavados na rocha, perpendicularmente, como covas, nos lugares planos, ou horizontalmente, em forma de gruta, nos lugares de colina. Consistiam essencialmente numa câmara funerária com um ou mais nichos para os corpos, freqüentemente com um pequeno átrio antes da câmara: átrio e câmara se comunicavam mediante uma porta estreita que ficava sempre aberta, ao passo que o átrio se comunicava com o exterior mediante uma porta que era fechada com uma pedra grande.
O corpo, depois de lavado, recoberto de perfume, enfaixado com bandagens e envolto num lençol, era simplesmente colocado em seu nicho na câmara funerária, permanecendo portanto em contato quase direto com o ar interno: é fácil imaginar que ao terceiro ou quarto dia depois da deposição, apesar dos perfumes, todo o interior do túmulo estivesse impregnado do odor exalado pelo cadáver.
Por isso Marta fica preocupada quando Jesus manda retirar a pedra que fechava a porta externa. O corpo de Lázaro está lá há quatro dias.
Hoje, no lugar em que ficava a antiga Betânia, se vê um túmulo que a tradição documentada desde o final do século IV identifica como sendo o de Lázaro.
Independentemente da autenticidade desse túmulo, o que impressiona na narração de João é a extrema precisão, até os mínimos detalhes. Até mesmo os de caráter psicológico. Basta pensar no comportamento de alguns judeus. Eles contestam a Jesus, não sem uma ponta de escárnio, por não ter impedido a morte de Lázaro, depois de ter dado a visão ao cego de Jerusalém. Após o milagre, há uma divisão entre os próprios judeus, narrada desta forma pela testemunha ocular: "Muitos dos judeus que tinham vindo à casa de Maria, tendo visto o que ele fizera, creram nele. Mas alguns dirigiram-se aos fariseus e lhes disseram o que Jesus fizera".
De qualquer forma, os chefes judeus de Jerusalém levaram muito a sério a denúncia da ressurreição de Lázaro. Em Jerusalém, convocou-se uma assembléia, da qual fizeram parte muitos membros do Sinédrio. Foi posta a questão: "Que faremos? Esse homem realiza muitos sinais. Se o deixarmos assim, todos crerão nele e os romanos virão, destruindo o nosso lugar santo e a nação".
Participava também da assembléia o sumo sacerdote Caifás, o qual, depois de ter ouvido em silêncio as várias propostas, toma a palavra: "Vós de nada entendeis. Não compreendeis que é de vosso interesse que um só homem morra pelo povo e não pereça a nação toda?". Caifás não cita nenhum nome, mas todos entendem: o único homem que deveria morrer pelo povo era Jesus.
O Senhor logo fica sabendo daquela assembléia e do que havia sido deliberado. Daí para frente não se apresenta mais em público, e, afastando-se da região "quente" de Jerusalém, retira-se para uma cidade chamada Efraim, cerca de 25 quilômetros ao norte de Jerusalém.
E Lázaro, que fim levou? Sabemos, sempre por João, que encontrou de novo o Senhor. Mesmo porque Jesus ficou por pouco tempo em Efraim. Aproximando-se a Páscoa, partiu para Jerusalém seguindo o caminho mais longo, que, costeando o Jordão, passava por Jericó.
Subindo de Jericó para Jerusalém, Jesus teria necessariamente de passar por Betânia, da qual se afastara poucas semanas antes. Chegando à cidade, recebeu acolhida triunfal provocada pela lembrança da recente ressurreição de Lázaro. Na noite em que chegou, num sábado, houve um banquete em sua homenagem na casa de um certo Simão, denominado o Leproso, um dos mais abastados do povoado, que era assim chamado por causa da doença que teve e da qual estava curado, talvez por obra de Jesus.
Entre os convidados estavam Lázaro e suas duas irmãs. E como sempre, Marta dirigia a preparação do jantar. Maria, por sua vez, levou para homenagear Jesus um vaso de alabastro, no qual eram conservadas essências aromáticas de grande valor, destinadas ao Senhor. Chegando ao divã de Jesus, a mulher, em vez de tirar a tampa do orifício, quebrou o gargalo alongado, como sinal de maior dedicação, e espalhou abundantemente as essências sobre a cabeça dEle, e o que sobrou sobre seus pés. Depois os enxugou com seus longos cabelos. Essa generosidade surpreendeu Judas Iscariotes. Este protestou abertamente, dando como desculpa que vendendo todo aquele ungüento ela poderia ter feito doações aos pobres. Na realidade, como narra João, Judas "era ladrão". De fato, ele tirava dinheiro da bolsa comum dos discípulos.
Nesse meio tempo, em Jerusalém, "uma grande multidão de judeus, tendo sabido que ele estava ali, veio, não só por causa de Jesus, mas também para ver Lázaro, que ele ressuscitara dos mortos".
Esse fato também chegou a Jerusalém; e os sumos sacerdotes, confirmando o propósito de condenar Jesus à morte, "decidiram, então, matar também a Lázaro".
O motivo era claro: mortos Jesus e Lázaro, a agitação do povo se acalmaria e tudo voltaria ao que era antes. Sabemos como isso vai acabar, dali a poucos dias. Lázaro consegue se salvar. O Senhor retoma com os seus a estrada para Jerusalém, para que se cumpram as Sagradas Escrituras.
Por João, sabemos que a peregrinação à casa de Lázaro não parou. Muitos queriam ver de perto o amigo de Jesus que ressuscitou.
É comovente pensar que a ressurreição de Lázaro acelerou a morte do Senhor: a magnificência e a grandiosidade desse milagre fizeram os fariseus se decidirem, já assustados com a fama de Cristo.
Dali a poucos dias aconteceria uma outra e bem mais grandiosa Ressurreição.