17 de mai. de 2011

ORAÇÃO EM TEMPOS DE CRISE


At. 12.1-25
As crises são inevitáveis na vida. Há momentos em que os problemas são tantos, ou tão difíceis, que achamos que não vale a pena continuar lutando. Perdemos a esperança, ficamos desanimados. Tudo parece perdido.
No texto acima vemos um quadro de crise. Tiago é morto ao fio da espada e Pedro é preso por Herodes. Mas o que a igreja está fazendo? Está orando.
I. O Plano de Herodes (1-4)
Herodes Agripa I, neto de Herodes o Grande, tinha planos de ganhar o prestígio ás custas da prisão e morte de Pedro. O apóstolo foi guardado no cárcere e, após a páscoa, seria apresentado à multidão.
II. A intercessão da igreja.
Lemos no v. 5: “Pedro, então, ficou detido na prisão, mas a igreja orava intensamente a Deus por ele”.
Pedro estava preso. A situação era muito crítica. O julgamento de Pedro seria, sem qualquer sombra de dúvidas, seguido de sua execução sumária. E o que a igreja faz diante daquela situação tão difícil? Protestar? Lamentar? Entrar em desespero? Não. A igreja ora incessantemente. Lucas usa o termo ektenos (fervorosamente, intensamente). Trata-se do mesmo termo que é usado quando Jesus orava no Getsêmane: “Estando angustiado, ele orou ainda mais intensamente...” (Lc.22.44).
Alguém poderia perguntar: Mas será que eles não tinham outra coisa para fazer? Não. Na verdade, não havia outra solução. Mas muito mais do que isso: eles tinham uma certeza absoluta de que o poder de Deus era algo real e presente.
Note bem o detalhe que Lucas registra. “Pedro estava preso, mas ..." Quando chegamos a este MAS  já antevemos o final da história. Pedro está para ser julgado e sentenciado à morte; todavia há um MAS que se interpõe. Diante desse MAS já se sabe que a história vai terminar diferentemente do que Herodes imaginava. Há um prenúncio de vitória nessa pequena conjunção adversativa.
Já sabemos que Lucas apenas oferece um resumo dos acontecimentos. Mas os tempos do verbo imperfeito no v. 5, a prisão de Pedro e a oração da igreja duraram vários dias.
III. A libertação de Pedro (6-11)
A fim de valorizar o milagre da libertação, Lucas descreve em detalhes em que situação Pedro estava preso. Ele estava sendo guardado na máxima segurança. Acorrentado tendo um soldado à sua direita, outro à sua esquerda. Além disso, a porta era guardada por outros dois guardas. Com tudo isso, a possibilidade de fuga era mínima ou, até mesmo, descartada.
Mas toda esta precaução não puderam evitar ou impedir a mão de Deus de agir. Durante a noite, diz-nos o texto: “Repentinamente apareceu um anjo do Senhor, e uma luz brilhou na cela. Ele tocou no lado de Pedro e o acordou. “Depressa, levante-se!”, disse ele. Então as algemas caíram dos punhos de Pedro” (v.7).
Ainda meio adormecido, ele ouviu o anjo ordenando-o a vestir suas roupas comuns, e sair da prisão (v.8). As portas da prisão foram se abrindo e Pedro saiu andando até chegar na rua (v.10).
Que maravilha! De um lado temos um Herodes e do outro temos um Deus grande e poderoso. Um Deus que intervém quando a situação é crítica. Deus ouve as orações de seu povo.
Há momentos na vida em que as situações nos parecem irreversíveis. Há situações aparentemente sem volta. Há corações perversos que não mudam; há impasses que não conseguimos desfazer; há uma crise instalada e não vemos qualquer esperança de solução. A experiência de Pedro e a intercessão por parte da igreja nos convida a contar com o poder de Deus. Orar e esperar que Deus em algum momento pode intervir e restaurar casamentos, aproximar pessoas, instaurar o amor, trazer esperança e fé, etc.
IV. Pedro procura os irmãos. (12-19).
Após sua libertação Pedro se dirige à casa de Maria, onde a igreja estava reunida em oração. Ao chegar à casa, uma criada de nome Rode veio abrir a porta, e ao ouvir a voz de Pedro, tomada de alegria, ela correu de volta, sem abrir a porta, e exclamou: “Pedro está à porta!” Eles porém lhe disseram: “Você está fora de si!” Insistindo ela em afirmar que era Pedro, disseram-lhe: “Deve ser o anjo dele”. (v.15 e 16).
Enquanto Pedro continuava batendo, a congregação não queria acreditar no atendimento de suas orações. Impressionante! Era maravilhoso demais. Acham mais razoável que a empregada tenha perdido o juízo – Você está maluca! – do que crer que Deus havia atendido suas orações. Como disse John Stott, “É irônico que o povo que estava orando com fervor e persistência pela libertação de Pedro pudesse considerar louca a pessoa que lhes informava que suas orações haviam sido respondidas!”.
Lucas encerra esta passagem noticiando a morte de Herodes. É em admirável contraste com a morte desse tirano, que Lucas acrescenta um dos seus sumários: "Entretanto a palavra do Senhor crescia e se multiplicava" (v.24, cf. 6:7; 9:31). De fato, é impossível deixar de admirar o talento artístico com que Lucas descreve a mudança completa na situação da igreja. No início do capítulo, Herodes está agindo violentamente – prendendo e perseguindo líderes da igreja; no fim, ele é derrotado e morre. O capítulo começa com a morte de Tiago, a prisão de Pedro e Herodes triunfante; ele encerra com a morte de Herodes, a libertação de Pedro e a Palavra de Deus triunfante. Este é o poder de Deus para acabar com planos humanos hostis e estabelecer os seus próprios planos em seu lugar. Deus pode permitir que os tiranos se orgulhem e se assanhem por um tempo, oprimindo a igreja e impedindo a expansão do evangelho, mas eles não vencem. No final, o império deles será derrotado e seu orgulho quebrado”.
Neste texto aprendemos 3 marcas de uma oração em tempos de crise: 1ª) É uma oração intensa; 2ª.) É uma oração que persevera; 3ª.) É uma oração feita apesar das grandes dificuldades.

Nenhum comentário:

Postar um comentário