17 de mai. de 2011

O DÍZIMO É LEGAL?

 
Mt.5:17 “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir”.
Há alguns cristãos que não apreciam muito o fato dos pastores às vezes falarem em dinheiro. Esquecem-se eles de que este era um assunto freqüentemente mencionado por Jesus. A Bíblia refere-se mais vezes a dinheiro do que mesmo à oração ou a fé.
Jesus falou sobre o dinheiro 90 vezes. Dos 107 versículos do Sermão do Monte, 22 referem-se a dinheiro, e 24 das 49 parábolas de Jesus mencionam dinheiro.
Há os que afirmam que o dízimo pertence ao Velho Testamento, à lei, que não temos nenhuma obrigação de pagá-lo / devolvê-lo mas esquecem ou ignoram que o dízimo é anterior à lei de Moisés, e que foi depois incorporado a ela. Veremos hoje que o dízimo permanece na dispensação da graça.
1. Jesus não veio ab-rogar o dízimo.
Jesus declarou, no Sermão do Monte, que não veio revogar a lei, mas cumpri-la.
Devemos fazer distinção entre lei cerimonial e lei moral. A lei cerimonial ficou circunscrita ao Velho Testamento. Refere-se a costumes próprios do povo de Israel, sobre alimentação, saúde, dias, etc. Não temos nenhuma obrigação, hoje, para com essa lei.
Há, porém, a lei moral. Esta permanece.
Os dez mandamentos, por exemplo. Faziam parte da lei, mas permanecem até hoje, porque são princípios eternos, estabelecidos por Deus para as relações humanas.
Assim também acontece com o dízimo. Ele pertence a lei moral de propriedade. O princípio de que Deus é o dono de tudo permanece, e com ele o nosso reconhecimento dessa propriedade, expresso através do dízimo.
2. O dízimo era uma prática generalizada
Dirá alguém: não há nenhum mandamento de dar o dízimo no Novo Testamento.
De fato, há (Mt.23:23), mas nem haveria necessidade disso. Tratava-se de uma prática generalizada. Um mandamento sobre o dízimo seria, no dizer do povo, "chover no molhado".
O mesmo acontece com os dez mandamentos: Não há uma repetição completa como está em Ex.20, mas há textos suficientes no Novo Testamento que comprovam a observação de cada um dos dez mandamentos pelos cristãos.
3. Referências ao dízimo.
Há tres referências ao dízimo no Novo Testamento. Duas delas, paralelas, se referem ao mandamento de Jesus aos fariseus quanto ao dízimo. Mt.23:23; Lc.11:42. A terceira é a de Hb.7:1-10, em que Melquisedeque aparece como figura de Cristo.
Na conversa com os fariseus, Jesus fala do escrúpulo deles em dizimar até as menores coisas, esquecendo-se do mais importante, que era a prática da misericórdia e da fé. Insiste com eles para que continuem a praticar o dízimo, mas dêem atenção devida as obrigações morais.
Cristo dá claramente seu apoio a doutrina do dízimo. Os que fazem objeção ao dízimo levantam-se, todavia, para dizer que o mandamento foi dado aos fariseus e não a nós.
Respondo, primeiramente, que nesse caso teríamos de desprezar todos os outros ensinos de Jesus dirigidos aos faiseus. Entretanto, não deixamos de aplicá-los a nós, de modo geral. Se o fazemos em relação a outros aspectos da vida religiosa, por que também não em relação ao dízimo?
Mas ainda, convém lembrar que nosso Senhor declarou se a nossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entraremos no reino dos céus, Mt.5:20. Neste caso, Jesus está colocando para nós um padrão mais alto que o dos fariseus. Estaria ele omitindo a prática do dízimo, parte integrante da justiça do fariseu? De modo nenhum.
Se ficarmos aquém do fariseu na prática do dízimo, estaremos dando provas de que a nossa religião produz frutos inferiores aos do faraísmo.
A terceira referência ao dízimo, no Novo Testamento, é a de Hb.7:1-10.
Vamos examinar cuidadosamente o trecho para melhor acompanhar nosso raciocínio. O autor está provando, nessa carta, a superioridade de Cristo sobre a velha dispensação, e aqui, de modo particular, sobre o sacerdócio judaico. Refere-se a Melquisedeque e ao dízimo que Abraão lhe pagou, acrescentando que esse Melquisedeque era figura de Cristo.
Sendo Melquisedeque figura de Cristo, quando Abraão lhe deu o dízimo, estava dando-o, em figura, ao próprio Cristo.
Se o “cristão” Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, tipo de Cristo, os cristãos hoje devem dá-lo ainda àquele que é sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.
O pensamento do versículo 8 pode ser assim parafraseado: "Enquanto no sistema mosaico recebem dízimos homens que morrem, isto é, os sacerdotes, na dispensação da graça, tipificada por Melquisedeque e Abraão, recebe dízimos aquele de quem se testifica que vive para sempre, Jesus Cristo."
Jesus, pois, recebe dízimos até hoje dos cristãos fiéis, através da igreja que ele instituiu e incumbiu da propagação do evangelho.
O último argumento a favor do dízimo, no Novo Testamento, que apresentaremos, é o do sustento do ministério sagrado.
Paulo, em I Co.9 , declara que o princípio do sustento do ministério na dispensação da graça é o mesmo que o da dispensação da lei. Paulo está discutindo aqui o seu direito de sustento por parte das igrejas. Fala do dever das igrejas de sustentarem seus obreiros, usando várias figuras para ilustrá-lo, entre elas a do boi que debulha. Pergunto em seguinte: "Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais"? I Co. 9:11.
Em I Co.9:13 o apóstolo usa a ilustração do templo e do serviço dos levitas no altar, dizendo que eles tiravam do altar o seu sustento.
Qual era esse sustento? O dízimo, não há dúvida nenhuma.
Vem agora a conclusão do apóstolo, em que estabelece o princípio paralelo nas duas dispensações: "Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho." I Co.9:14.
Note a palavra "assim". Quer dizer que do mesmo modo como eram sustentados os sacerdotes, assim devem ser sustentados os ministros do evangelho, isto é, com os dízimos entregues pelo povo de Deus.
É importante também o verbo: "ordenou". Trata-se de uma ordem de Cristo, cuja autoridade merece ser respeitada. É um dever do crente, como era do judeu, entregar os dízimos para o sustento do ministério.
Jesus veio dar ao Antigo Testamento uma significação mais ampla. Libertou a lei do jugo farisaico, e lhe deu novo vigor espiritual. No princípio do seu ministério deixou claro que não viera para revogar a lei, mas para cumpri-la. Mt.5:17. Destarte, os preceitos da lei mosaica se revestiam de um significado novo e mais profundo nos ensinos de Jesus, como vemos no Sermão do Monte.
Como nas outras leis do Velho Testamento o dízimo recebe na nova dispensação maior amplitude, no princípio da mordomia da vida e da propriedade. Esse princípio não exclui o dízimo, porém vai além dele, assim como o NovoTestamento, sem excluir o Velho Testamento, o completa e amplia.
Por isso mesmo, o que encontramos no Novo Testamento são exemplos de contribuição que vão além do dízimo.
Tomemos o caso da viúva pobre. Ela não deu um dízimo, mas dez dízimos - deu tudo. Mc.12:11-44 .
Zaqueu, depois de convertido se dispôs a dar metade dos seus bens aos pobres, portanto, cinco dízimos. Lc.19:8 .
Os cristãos da igreja em Jerusalém ofereceram tudo quanto tinham. At.2:44-45 ; 4:32-37.
Os cristãos da Macedônia deram com sacrifício, muito acima das suas possibilidades, a ponto de surpreenderem o apóstolo por sua liberalidade. II Co.8:1-5 .
Os coríntios foram convidados a contribuir "conforme a sua prosperidade", I Co.16:2 . Isso não poderia significar, em hipótese alguma, menos do que o dízimo.
Quem se dispuser a praticar o ensino do Novo Testamento tomará o dízimo como simples ponto de partida, procurando crescer na graça da contribuição, ao ponto de dizer como R. G. Le Torneau, riquíssimo e liberalíssimo industrial cristão: "A questão não é: quanto de meu dinheiro devo dar ao Senhor, mas: quanto do dinheiro do Senhor devo guardar para mim"?
O Dr. Dillard, em seu precioso livro "Mordomia Bíblica", levanta esta interessante e importante pergunta.
O Dr. Dillard responde pela afirmativa, e alinha entre outras, as seguintes razões:
1. Jesus foi educado num piedoso lar judeu, e os judeus piedosos eram dizimistas.
2. Jesus declarou que não veio abrogar a lei e os profetas, mas cumpri-los.O dizimo é ensinado tanto na lei como nos profetas.
3. Jesus sempre elevou o nível moral. Leia-se, de novo, o que disse ele no Sermão do Monte sobre o assassínio, o adultério, o juramento, etc, e indague-se se ele ficaria satisfeito, em matéria de contribuição, com um padrão inferior ao dízimo.
4. Os inimigos de Jesus tentaram convencê-lo de que estava violando a lei por exemplo, no caso da observância do sábado. Não será estranho que eles nunca o tivessem acusado de violar a lei do dízimo, se ele não o praticasse?
Sem dúvida nenhuma, Jesus não só ensinou e praticou o dízimo, mas foi além dele.
Além de ser um mandamento do Senhor, é também uma questão de amor. Como eu amo o meu próximo, quero também que ele receba as boas novas de salvação. Nem sempre eu posso obedecer o ide de Jesus. Devolvo os meus dízimos para que os pastores e missionários possam ir em meu lugar.
Uma distinção essencial existe entre o dízimo do Velho Testamento e o do Novo Testamento.
Enquanto um é obrigatório, o outro é voluntário; enquanto um é movido pela exigência da lei, o outro e impulsionado pelo amor.
Cristo não quis obrigar seus seguidores a serem dizimistas; preferiu confiar no amor liberal deles.
Estaremos merecendo essa confiança?

Um comentário:

  1. SE DEVO OFERTAR, DEVO POR ALEGRIA E SEM SER CONSTRANGIDO. MUITOS PASTORES CONSTRAGEM CHAMANDO OS IRMÃO DE LADRÕES, BASEADO EM MALAQUIAS 3.10.
    E ELES? O QUE FAZEM COM OS DÍZIMOS RECEBIDOS? PORVENTURA DISTRIBUEM ENTRE OS POBRES? tIRAM O 1% PARA O TEMPLO E O RESTANTE USA PARA ATENDER OS NECESSITADOS? É SABEDOR QUE AS MULHERES DAQUELA ÉPOCA NÃO PODIAM TRABALAHAR. oRA, E QUANDO O MARIDO VIESSE A FALECER, OS DÍZIMOS DA TERRA, NÃO ERAM PARA O SUSTENTO? o QUE OS PASTORES ESTÃO FAZENDO COM OS DÍZIMOS ARRECADADOS PELOS MEMBROS? ESSA RESPOSTA... ATÉ O MUNDO SABE.

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