17 de mai. de 2011

ARREPENDIMENTO

 Oséias pregou no oitavo século a.C., durante os últimos anos do reino de Israel (o reino do norte no período do reino dividido). Ele usou a figura da própria família como pano de fundo para as mensagens de Deus. A mulher de Oséias se tornou adúltera, e teve filhos com seus amantes. Provavelmente só o primeiro era de Oseias.
Oséias, representando Deus, fez de tudo para trazer a sua esposa de volta. Mas, somente depois de estragar a vida e perder basicamente tudo que tinha, ela chegou a se reconciliar com o marido fiel. Ela se envolveu tanto no pecado que achou quase impossível abandoná-lo para voltar ao marido.
No livro de Oséias, Deus fala ao coração de sua amada, mas infiel Israel (2:14).
Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração”.
Como um jovem tentando conquistar o coração de uma moça, Deus atrai a sua esposa traidora e tenta ganhar o amor dela. Ele mostra seu desejo de casar de novo com ela, prometendo cuidar dela como um marido dedicado.
Esta reconciliação não seria fácil. Deus exigia o arrependimento e seus frutos para poder entrar em plena comunhão com o seu povo.
Quando se trata de arrependimento e reconciliação, o livro de Oséias é de grande valor. Usando o capítulo 14, observaremos alguns pontos importantes sobre o arrependimento do homem e a reconciliação com Deus.

O arrependimento que Deus pede:
• Voltar para Deus
14:1Volta, o Israel, para o Senhor, teu Deus, porque pelos teus pecados, estás caído”.
Às vezes, pessoas reconhecem problemas e até erros na vida, mas ainda não voltam ao Senhor.
Mt. 27:3-5 nos mostra um exemplo de remorso, tentativa de desfazer o erro, vergonha e fuga levando ao suicídio.
Então, Judas, que o traiu, vendo que Jesus fora condenado, tocado pelo remorso, devolveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e anciãos dizendo: Pequei, traindo sangue inocente. Eles, porém, responderam: Que nos importa? Isso é contigo. Então, Judas, atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se
• Reconhecer o próprio pecado
14:1.
A tendência de muitas pessoas é jogar a culpa em outros ("eles me fizeram...") ou nas próprias circunstâncias ("aconteceu..."). A volta ao Senhor exige que a pessoa assuma o que fez, reconhecendo o seu pecado.
• Falar palavras de arrependimento
14:2Tende convosco palavras de arrependimento e convertei-vos ao Senhor; dizei-lhe: Perdoa toda iniqüidade, aceita o que é bom e, em vez de novilhos, os sacrifícios dos nossos lábios”.
Obviamente, o pecador que volta ao Senhor deve mostrar frutos do arrependimento (Mt. 3:8produzi, pois, frutos dignos de arrependimento”). Mas, também, deve falar palavras de arrependimento, confessando o seu pecado (1 Jo. 1:9se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”).
• Pedir perdão
14:2.
O pecado ofende. Todos os pecados são ofensas contra Deus. Alguns magoam outras pessoas (familiares, irmãos em Cristo, vizinhos, colegas, etc). Precisamos pedir perdão as pessoas ofendidas (Lc. 17:3-4Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti repreende-o, se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe” ).
• Oferecer serviço e sacrifício ao Senhor
14:2.
O pecador purificado deve exaltar o nome do Senhor (Sl. 51:16-17Pois não te comprazes de sacrifícios; do contrário, eu tos daria. Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”).
• Abandonar outras "soluções"
14:3A Assíria já não nos salvará, não iremos montados em cavalos e não mais diremos às obras de nossas mãos: tu és o nosso Deus; por ti o órfão alcançará misericórdia”.
Israel precisava deixar a sua confiança em:
(a) Alianças com outros povos (Assíria, Egito, etc.);
(b) Força militar (cavalos);
(c) Falsos deuses (obra das nossas mãos).
Nós, também, temos de recusar qualquer solução aos problemas espirituais que não seja de Deus.
• Confiar exclusivamente em Deus
14:3.
Ele é o único Deus e aquele que mostra misericórdia ao órfão.
Se Israel se arrependesse da maneira descrita nesses primeiros três versículos, Deus perdoaria da forma apresentada nos versículos 4 a 8: “Curarei a sua infidelidade, eu de mim mesmo os amarei, porque a minha ira se apartou deles. Serei para Israel como orvalho, ele florescerá como o lírio e lançará as suas raízes como o cedro do Líbano. Estender-se-ão os seus ramos, e seu esplendor será como o dá oliveira, e sua fragrância, como a do Líbano. Os que se assentam de novo à sua sombra voltarão; serão vivificados como o cereal e florescerão como a vide; a sua fama será como a do vinho do Líbano. Ó Efraim, que tenho eu com os ídolos? Eu te ouvirei e cuidarei de ti; sou como o cipreste verde; de mim procede o teu fruto”.
Curar a infidelidade de Israel (14:4). A traição traz conseqüências e seqüelas. Como um marido que perdoa e aceita de volta a sua esposa infiel, Deus age para curar Israel.
Ele ama o arrependido (14:4). O amor de Deus é incompreensível aos homens. Depois de tudo que Israel fez, ele tomou a nação de novo como a sua esposa e mostrou o seu amor para com ela.
Ele ajuda o arrependido a crescer e a produzir fruto (14:5). Jesus perdoou e aceitou Pedro depois deste o negar e lhe deu grandes responsabilidades no reino (Jo.21:15-17). Paulo pediu a ajuda de Marcos depois de tê-lo rejeitado (2 Tm.4:11; At.15:37-39). Deus prepara o servo arrependido para o seu papel no reino do Senhor.
Ele aperfeiçoa o arrependido para que este possa mostrar a sua beleza espiritual e ajudar outros (14:6-7).
Ele não trata o arrependido como os ídolos o fariam (14:8). Os ídolos são impotentes e não trazem nenhum benefício real à pessoa. Deus acolhe o arrependido e cuida dele!
Deus quer te levar ao arrependimento e reconciliação porque Ele te ama.

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