8 de jan. de 2011

Nomes

Para os povos antigos o nome próprio tinha um grande significado. Expressava o momento de dor ou alegria que os pais estavam vivendo, a lembrança e homenagem aos parentes, o desejo dos pais quanto ao futuro do filho e, claro, referindo-se aos judeus, propósitos divinos.
No livro de Rute encontro uma família cujos nomes mostram muito bem esta verdade.
Uma família que, num período de fome em sua terra natal, Belém, decidiu peregrinar pelas terras dos moabitas. Sua decisão trouxe desdobramentos trágicos para seus familiares, mas Deus, soberano em Suas ações, que está no controle de todas as coisas, “usou” os acontecimentos para manifestar sua glória, seu amor e misericórdia, e ensinar a mim, humilde servo, verdades eternas.
Vamos aos nomes:
Elimeleque (o chefe) significa Meu Deus é Rei.
Noemi (a esposa) significa feliz ou agradável.
Malom (o filho) significa doente.
Quiliom (outro filho) significa fraqueza ou definhamento.
Quando Elimeleque foi para Moabe, que significa “do meu pai”, deixando Belém, que significa “casa do pão”, por motivo de fome (que ironia), desencadeou-se acontecimentos que mudaram a história de toda a família.
É fácil imaginar Noemi sendo feliz porque Elimeleque estava ao seu lado. Assim como sou feliz quando o Senhor reina em minha vida. Diante da presença do Senhor as doenças e fraquezas são administradas, superadas, suportadas. A declaração paulina “eu tudo posso naquele que me fortalece” revela esta verdade: Que venham as lutas, eu não temerei nem recuarei. Mesmo como “peregrino em terra estranha”, sou um vencedor!
Mas Elimeleque morreu. E isso, numa terra estrangeira, era um problema para não dizer uma tragédia. O que seria da esposa, Noemi, longe de casa, com filhos cujos nomes mostravam algo triste? É fácil imaginar.
Os filhos, mesmo não sendo saudáveis, ou não o foram quando crianças, casaram em Moabe. 
Malom casou com Rute (amiga) e Quiliom casou com Orfa (teimosa ou obstinada). Dez anos depois mais ou menos, eles morreram também. Agora sim a tragédia se instalou naquela família. Se não bastasse a viúves agora Noemi perdera aqueles que a sustentavam numa época extremamente desfavorável para mulheres, principalmente se elas estivessem sozinhas.
Três viúvas. Uma judia e duas moabitas. Compreendo porque Noemi mudou seu nome para Mara (amargor).
Parece que quando “o meu Deus é Rei” partiu a “doença e fraqueza” vieram exigir seu “quinhão”. Muito parecido com o que acontece hoje em muitas vidas!
Mas, como disse no início, Deus não estava e não está indiferente aos fatos. Ele é Deus Presente.
Noemi, ou Mara, tinha uma “amiga” e uma “obstinada” ao seu lado.
Obstinação significa persistência, tenacidade, perseverança, mas significa também teima, birra.
Amizade significa afeição, simpatia, ternura, dedicação, benevolência. Não tem características negativas.
Amizades e obstinação são importantes em momentos de crise. Ter a quem recorrer e ser decidido, focado, determinado, podem ser o “caminho” para a vitória.
Mas a “obstinada ou teimosa” (Orfa) foi embora, voltou para casa diante da insistência da ex- sogra. A amiga ficou e fez a diferença.
Porque?
O verso chave ( 1:16) revela a razão de Rute ter permanecido com Noemi: Ela não era “amiga” somente da sogra mas era “amiga” de Deus. Mesmo quando Noemi virou Mara, Rute não desistiu.
Quando a “teimosia” não funciona mais e o “amargor” parece que vai contaminar a todos, a “amizade” com Deus prevalece.
É isso aí.

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